Terça-feira, 11 de Março de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 23 de março de 2023
O governo da China suspendeu o embargo à importação de carne bovina produzida no Brasil, de acordo com um comunicado divulgado nesta quinta-feira (23) pela Administração Geral de Alfândega do país asiático. A informação também foi confirmada pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
A decisão foi anunciada pelo governo brasileiro três dias antes de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcar para a China, onde deve se encontrar com Xi Jinping para discutir, entre outros temas, avanços na pauta comercial entre os países.
Segundo o Ministério da Agricultura, a decisão vale para animais abatidos a partir desta sexta-feira (24). Fávaro embarcou para a China na última segunda (20), quase uma semana antes da comitiva presidencial, e se reuniu com o ministro responsável pelo controle aduaneiro do país asiático, Yu Jianhua.
Comércio com a China
As vendas de carne bovina brasileira à China estavam suspensas por autoembargo do Brasil desde 23 de fevereiro, após a descoberta de um caso atípico da doença da vaca louca no Pará. Um protocolo assinado em 2015 pelos dois países estabelece a suspensão imediata e voluntária das exportações da carne bovina brasileira em caso de identificação da doença.
No ano passado, cerca de 62% das exportações brasileiras do produto tiveram como destino a China. Na segunda-feira (20), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, viajou para a China. No domingo (26), o presidente Lula embarcará para o país acompanhado de uma delegação de 240 empresários, sendo 90 do setor agrícola.
Lula vai à China com 240 empresários, ministros e parlamentares, incluindo 90 representantes do agronegócio. Os empresários custearão a própria viagem.
Semanas de suspensão
Além da China, Tailândia, Irã e Jordânia também suspenderam as importações de carne bovina de todo o Brasil, no início de março, após um caso de vaca louca ter sido identificado no Pará no fim de fevereiro. Laboratórios internacionais, naquele momento, já tinham identificado que o caso de vaca louca era atípico e resultado do envelhecimento natural do animal. Na prática, isso significa que não havia risco de contaminação do rebanho.
A Rússia, naquele momento, embargou apenas a carne exportada do Pará. Segundo o governo, a decisão afetou uma única planta frigorífica do estado porque as demais já não exportavam carne para o país europeu.
No caso da China, o próprio Brasil já havia suspendido as exportações por conta própria em razão desse caso isolado. O acordo bilateral entre as nações define “autoembargo” quando problemas desse tipo são detectados.
A decisão de manter a suspensão ou retomar a compra, no entanto, cabe à China. Nas últimas semanas, o governo brasileiro enviou informações ao parceiro comercial sobre o andamento da apuração do caso para subsidiar essa retomada.
No Ar: Pampa Na Madrugada