Quinta-feira, 28 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 15 de outubro de 2022
A cada seis minutos, uma brasileira morre vítima de doença cardiovascular. Essas enfermidades, sobretudo o infarto, matam mais mulheres do que todos os tipos de câncer somados. Alguns fatores de risco específicos — como gravidez e anticoncepcional — influenciam. Somados a isso estão a menor representatividade em estudos clínicos e o menor acesso a exames, que elevam o risco de subdiagnóstico.
Por causa disso, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) lançou um documento de alerta sobre o problema. No manifesto, a entidade propõe reduzir a mortalidade feminina decorrente de doenças cardiológicas em 30% até 2030. Segundo Glaucia Moraes de Oliveira, diretora da SBC, a prevalência das doenças cardiovasculares tem crescido entre jovens e mulheres no pós-menopausa.
Para frear esse avanço, uma das medidas é conscientizar as mulheres sobre uma rotina de exames periódicos, como na prevenção do câncer de mama e de útero. Fatores de risco tradicionais são os mesmos para homens e mulheres. Alguns exemplos são hipertensão, diabete, obesidade, tabagismo, altos níveis de gordura no sangue e sedentarismo — fatores causadores de infartes e AVCs.
Mas, para um diagnóstico mais exato, é preciso considerar também fatores de risco específicos delas. Conforme Glaucia, o funcionamento hormonal é o que faz com que aspectos psicossociais sejam mais determinantes.
Morte súbita
O número de mortes no Brasil por doenças do coração é expressivo e assustador. Mais de 1.100 pessoas morrem por dia por doenças cardiovasculares, problemas do coração e da circulação. Isso significa que cerca de 46 pessoas morrem por hora, e uma pessoa morre a cada 1,5 minuto. Só em 2022, são mais 190 mil pessoas vítimas de paradas cardiorrespiratórias.
Durante a pandemia, o número de mortes por parada cardíaca subiu 132%, aumentando ainda mais a estatística, segundo levantamento da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Segundo a SBC, estima-se que até 2040 haverá um aumento de até 250% dessas mortes no país.
A morte súbita cardíaca acontece de forma instantânea, inesperada, causada pela perda da função do músculo cardíaco. Na maioria das vezes, ela está associada a dois tipos de miocardiopatia: hipertrófica, quando há um aumento no tamanho do músculo cardíaco e que causa arritmia; e displasia arritmogênica do ventrículo direito, quando as células do músculo cardíaco morrem e são substituídas por células gordurosas, sem relação com o alimento.
O fato é que existem muitos casos de arritmias cardíacas na população brasileira, principalmente em pessoas idosas. De modo geral, a arritmia cardíaca pode ser diagnosticada em qualquer pessoa, seja um recém-nascido, um jovem, um esportista, independentemente de faixa etária, sexo ou condição socioeconômica.
Diante de tantas mortes vítimas de paradas cardiorrespiratórias, diversas empresas privadas, ONGs e associações estão dando cursos de forma educativa, explicando à população leiga como realizar as manobras de ressuscitação cardiopulmonar e a importância dos desfibriladores externos automáticos (DEAs) em locais públicos, como por exemplo aeroportos, escolas, e até mesmo nas ruas. Esses dados alarmantes podem diminuir com a ajuda dos socorristas voluntários e o treinamento de leigos no auxílio às vítimas em casa ou na rua.
Na maioria das ocorrências, a morte súbita pode ser reversível se tratada rapidamente com um choque elétrico aplicado no peito por um aparelho chamado DEA e associado a manobras de ressuscitação, como as compressões torácicas, popularmente conhecidas como massagem cardíaca. Vale ressaltar que a cada minuto que se passa sem o socorro devido, a chance de uma vítima se recuperar diminui em 7% a 10%. A morte cerebral e a morte permanente ocorrem entre 4 e 6 minutos após a parada cardíaca. Fica o alerta!
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