Quinta-feira, 28 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 20 de agosto de 2022
Um evento muito incomum aconteceu no Vale da Morte, no deserto de Mojave, nos Estados Unidos. As chuvas dos últimos dias foram tão intensas neste parque nacional americano – nos Estados da Califórnia e Nevada – que causaram uma grande enchente e cerca de mil pessoas ficaram “presas”, metade delas visitantes e a outra metade trabalhadores.
O que chamou a atenção foi a quantidade de água que caiu no fim de semana em Furnace Creek, onde fica a sede do Vale da Morte, em um intervalo de três horas: 37,1 milímetros. Isso é equivalente à quantidade média de chuva em um ano no local, de acordo com o National Park Service (NPS).
“A chuva forte que causou a inundação devastadora no Vale da Morte foi um evento extremamente raro, que ocorre uma vez a cada mil anos”, disse Daniel Berc, meteorologista do Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos.
O especialista esclareceu que não é que o evento aconteça exatamente a cada 1.000 anos, mas que ele se refere ao fato de que “há 0,1% de probabilidade de acontecer em qualquer ano”.
O desastre climático causou danos generalizados no Vale da Morte e o fechamento de todas estradas internas. Além disso, cerca de 60 carros ficaram presos, informou o NPS.
“O Vale da Morte é um lugar incrível de extremos”, disse o superintendente do parque, Mike Reynolds, em nota publicada pelo NPS.
“É o lugar mais quente do mundo e o mais seco da América do Norte. A enchente de 1.000 anos desta semana é outro exemplo desse ambiente extremo. Com modelos de mudanças climáticas prevendo tempestades mais frequentes e intensas, este é um lugar onde podemos ver a mudança climática em ação”, acrescentou.
O Vale da Morte, no deserto de Mojave, tem seu ponto mais profundo 86 metros abaixo do nível do mar e registrou temperaturas máximas de 56,7 ºC. Essa marca foi alcançada em 10 de julho de 1913 e nunca foi superada no mundo. Este vale foi habitado por pelo menos 1.000 anos pela tribo Timbisha.
Seu nome foi dado pelos aventureiros que ousaram atravessá-lo no início do século 19, atraídos pela corrida do ouro.
Em 1994 foi declarado parque nacional – é o maior do país depois do Alasca – e a cada ano mais de um milhão de pessoas visitam o local.
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