Sexta-feira, 22 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 5 de março de 2024
Nós brasileiros ficamos estupefatos com a condenação do ex-jogador de futebol da Seleção Brasileira, Daniel Alves. Após julgamento que durou 3 dias, ele foi condenado a pena de 4 anos e meio à prisão por estupro.
Antes do julgamento, por orientação dos advogados, depositou 150 mil euros (R$ 860 mil) por danos a vítima para reparar e atenuar o crime de agressão sexual ocorrido.
Em 2013, a Justiça italiana condenou outro jogador brasileiro, Robinho, à 9 anos de prisão por crime similar. O jogador vive em liberdade no Brasil e não ficou preso um dia sequer.
O estupro é interpretado pela sociedade brasileira e pela Justiça como crime banal. Um crime até aceitável. Não somos nem sensibilizados por estupros coletivos ocorridos na África do Sul, Ruanda, Congo e Moçambique. Na semana passada, uma brasileira foi estuprada na Índia por sete homens
Para nós, a violência contra as mulheres é de importância secundaria. A discussão sobre o tema sempre foi deixada nas sombras e no segundo plano.
A Justiça brasileira é rígida com outros delitos: não pagar pensão alimentícia, cortar árvores, cobrar pelo SUS e racismo são exemplos de prisão imediata!
Lendo sobre o assunto, fiquei estarrecido ao saber que, segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Aplicada), em 2023 ocorreram 822 mil casos de estupro no Brasil! Um a cada minuto!! Evidentemente o número deve ser muito maior, pois as vítimas tem medo da denúncia, dos agressores e da condenação moral de sociedade.
Apenas 10% tem registro policial. 35% afirmam que é na própria casa que o crime é consumado. 70% apontam conhecidos como os desumanos!
Mas se o estupro é um ato de momentos, as sequelas das vítimas são eternas. As eventuais sequelas físicas do corpo desaparecem em dias, mas as sequelas psicológicas, as da alma, jamais são esquecidas.
São frequentes: o medo, a depressão, a insônia.
Pesadelos recapitulando as cenas ficam registrados para eternidade.
Que exemplo nos deu a Justiça da Espanha. Estupro é um crime sem castigo no Brasil! Definitivamente a Justiça espanhola não é a injustiça brasileira.
Carlos Roberto Schwartsmann – Médico e Professor universitário
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