Sábado, 26 de Outubro de 2024

Home Economia “A Selic não vai parar mais de subir?”; presidente do Banco Central fala sobre o futuro dos juros no Brasil

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O céu é o limite para a taxa de juros no Brasil? Segundo o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, quem vai determinar esse teto para a Selic é a inflação — e a autoridade monetária não medirá esforços para cumprir a meta para os preços.

“O mercado de trabalho estava muito apertado, nós começamos a ver um hiato do produto no campo positivo e, além disso, tanto as expectativas de inflação, como as projeções de inflação, começaram a desancorar”, disse Campos Neto. “Então, achamos que é apropriado começar a endereçar essa questão neste momento.”

Em entrevista para a rede de televisão norte-americana CNBC, RCN lembrou que o Brasil está em um ciclo de política monetária diferente do restante do mundo, tendo sido tanto o primeiro país a reduzir os juros, durante a pandemia, como o primeiro a voltar a elevar as taxas.

Para ele, a memória de inflação descontrolada no País torna importante reforçar o compromisso do BC com a meta.

Campos Neto disse, ainda, que os ciclos de política monetária do Brasil normalmente terminam com uma taxa Selic menor.

Independência do BC

Durante a entrevista, o presidente do Banco Central voltou a defender a importância da independência da autoridade monetária, afirmando que dissociar o ciclo de política monetária do ciclo político fortalece a credibilidade das instituições.

“Quando você tem mais credibilidade, você tem menos prêmio de risco na curva de juros e você tem menos risco associado ao país. E, quando você tem isso, todas as outras políticas funcionam melhor”, afirmou.

Campos Neto lembrou que o BC, depois de conseguir a autonomia, elevou a Selic em ano eleitoral.

“Esse foi o maior aumento de juros na história de mercados emergentes em um ano de eleições, e só foi possível porque tínhamos autonomia”, afirmou ele, repetindo que o BC agiu com independência nas eleições.

Quando questionado sobre a própria imparcialidade, por ter sido criticado por ligações com a direita no Brasil, Campos Neto disse que é importante diferenciar “proximidade” de dependência.

“Uma coisa é ser próximo, e outra coisa é ter autonomia. Eu posso ser próximo de alguém e ter autonomia, ou posso ser distante e não ter autonomia”, afirmou.

EUA

Campos Neto não falou só de juros e política monetária brasileira. Ele também comentou sobre a economia norte-americana, afirmando que considera o cenário de soft landing (pouso suave) mais provável.

“Eu diria que a probabilidade do cenário de ‘hard landing’ diminuiu, e que a do cenário de ‘no landing aumentou”, afirmou.

Segundo ele, o pouso suave da economia norte-americana seria importante para o restante do mundo, especialmente para países que estão calibrando as políticas monetárias.

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