Sábado, 23 de Novembro de 2024

Home Política Advogado do coronel Mauro Cid diz em entrevista que Bolsonaro sabia de plano para matar Lula e Alexandre de Moraes, mas depois recua

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O advogado de Mauro Cid, Cezar Bittencourt, deu uma declaração contraditória sobre o depoimento do ex-ajudante de ordens do governo Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), em entrevista à GloboNews nessa sexta-feira (22). O advogado disse que Cid confirmou para a Corte que Bolsonaro sabia do plano para matar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.

Ao ser questionado sobre Cid ter confirmando que o ex-presidente sabia do plano de Estado, Bittencourt declarou: “Confirma que sabia, sim. Na verdade, o presidente de então sabia tudo, comandava essa organização”.

No entanto, após uma queda na conexão durante o programa, Bittencourt volta a entrevista e muda a versão da sua declaração anterior. Mais genérico, o advogado diz que Bolsonaro “teria conhecimento dos acontecimentos que estavam se desenvolvendo”, e não havia “nada além disso”. “Não falei em plano de morte, plano de execução. Execução do plano pensado, nesse sentido.”

O ex-presidente e mais 36 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. A investigação corre há mais de um ano, depois da invasão de golpistas a prédios da Praça dos Três Poderes, em Brasília, para chegar à cúpula que arquitetou uma tentativa de golpe no país.

“O plano de golpe de Estado nem sei se estava em curso. O que eu sei é que havia uma turbulência administrativa, nas possibilidades do governo. Claro que ele tinha conhecimento. Que tipo de golpe? Não sei que tipo de golpe poderia ser. Mas o presidente sabia o que estava acontecimento”, voltou atrás o advogado de Cid.

O indiciamento da Polícia Federal coincidiu com o novo depoimento de Mauro Cid ao ministro Alexandre de Moraes, na quinta-feira (21). O ex-ajudante de ordens reafirmou que Bolsonaro sabia da minuta golpista e sugeriu alterações no documento. Ao longo da audiência, o magistrado quis saber se o ex-presidente tinha pleno conhecimento dos termos da minuta, o que foi confirmado por Cid. A disposição do tenente-coronel em prestar novos esclarecimentos foi crucial para Moraes manter a validade do acordo de colaboração premiada firmado com a Polícia Federal.

Ainda em entrevista dessa sexta, o advogado disse lembrar de “nenhum detalhe” do depoimento, com duração de pouco mais de duas horas na sede da PF, em Brasília. “Houve uma tarde inteira de depoimento. Houve uma turbulência nesse período, movimentação nessa ordem. O presidente tinha conhecimento dessa movimentação. Agora, mais detalhes, menos, não sei”.

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