Quinta-feira, 12 de Dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 10 de dezembro de 2024
José Seripieri Filho, o Júnior, empresário dono de uma empresa brasileira de assistência médica e amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi quem alertou os médicos do chefe do Executivo após perceber uma mudança no comportamento do mandatário e achá-lo “estranho”. Lula estava com cefaleia (dor de cabeça) havia cerca de uma semana. O quadro levou os médicos a anteciparem o exame que estava marcado para a semana seguinte.
Lula foi submetido a uma cirurgia na madrugada dessa terça-feira (10) no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, devido a uma hemorragia (sangramento) intracraniana. De acordo com boletim médico, o procedimento transcorreu sem intercorrências, e o presidente “encontra-se bem, em monitorização em leito de UTI”. Lula já está acordado e deverá permanecer três dias na UTI e mais uma semana no hospital.
Ainda segundo o boletim, o chefe do Executivo sentiu fortes dores de cabeça na segunda-feira (9) e, após realizar o exame de ressonância magnética, na unidade do Sírio-Libanês em Brasília, foi identificado o sangramento, decorrente da queda que o presidente sofreu em outubro.
Lula foi, então, transferido para São Paulo, por volta das 22h30. A cirurgia teve início à 1h30 e durou cerca de duas horas. O procedimento realizado foi uma trepanação. Nele, é feita uma perfuração no crânio em que se insere uma sonda para chegar até o hematoma e drená-lo.
O boletim do Sírio-Libanês mencionava que a cirurgia feita era uma craniotomia. Porém, durante uma coletiva de imprensa, os médicos esclareceram que o termo costuma ser utilizado apenas nos casos que exigem aberturas maiores do crânio.
A hemorragia estava localizada na região frontoparietal e entre o cérebro e a dura-máter, camada mais externa, o que levou à compressão do órgão. O hematoma foi removido, e Lula está com as funções neurológicas preservadas. O médico do presidente, Roberto Kalil, garantiu que não houve lesão e que “não tem nenhum risco cerebral”.
De acordo com o médico do presidente, Roberto Kalil, os orifícios feitos no crânio de Lula são pequenos e terão cicatrização espontânea, sem necessidade de intervenção futura. Segundo a equipe médica, a cirurgia durou em torno de duas horas.
“O sangramento estava entre o cérebro e a meninge. Foi um sangramento espontâneo tardio”, explicou o neurocirurgião Marcos Stavale.
O hematoma “comprimiu o cérebro, foi removido”, complementou. Os médicos salientaram que o acúmulo de sangue foi completamente drenado. “O cérebro está descomprimido e ele [Lula] está com as funções neurológicas preservadas.”
A hemorragia intracraniana estaria ligada ao acidente doméstico que o presidente sofreu em 19 de outubro, quando caiu no banheiro do Palácio do Alvorada, em Brasília. Sobre o aparecimento tardio do hematoma, o médico Rogério Tuma afirmou que “esse é um tipo de complicação comum, pode acontecer, principalmente em pessoas de maior idade”. Ainda de acordo com os médicos, Lula esteve “lúcido, orientado, conversando” durante todo o período que antecedeu a cirurgia. De acordo com os especialistas, o petista se encontra da mesma forma agora, inclusive, se alimentando.
No Ar: Pampa Na Tarde