Domingo, 24 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 3 de outubro de 2022
O comitê de campanha à reeleição de Jair Bolsonaro, se prepara para um 2º turno que, na avaliação de aliados do presidente, pode virar uma guerra de rejeições. A estratégia de propaganda eleitoral tende a recrudescer, se tornando “mais combativa”, na palavra de um dos estrategistas de Bolsonaro.
Do ponto de vista de alianças, estão na mira imediata governadores como Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, considerado um aliado-chave pelo Palácio do Planalto, e Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás.
Integrantes do governo e do comitê bolsonarista entendem que, para mudar o cenário de favoritismo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), será preciso ampliar o sentimento de antipetismo e apostar na desconstrução do adversário. Pesquisas de intenção de voto durante toda a campanha até agora mostraram que o antibolsonarismo prevaleceu. O resultado do primeiro turno foi de Lula com 48,4% dos votos, e Bolsonaro com 43,2%.
Na primeira entrevista após a votação, no Palácio da Alvorada, Bolsonaro indicou que irá rever a estratégia e promover ajustes. Em tom sereno, ele reconheceu o sentimento de desaprovação a seu governo e falhas no marketing. Já havia no seu comitê alas que pregavam a linhas distintas, uma mais propositiva e outra favorável ao enfrentamento maior com Lula.
“Entendo que há uma vontade de mudar por parte da população, mas tem certas mudanças que podem vir para pior. A gente tentou mostrar durante a campanha esse outro lado, mas parece que não atingiu a camada mais importante da sociedade”, disse. “Existe o sentimento por parte da população que sua vida não ficou igual ao que estava antes da pandemia, ficou um pouquinho pior e a tendência é buscar um responsável, que sempre é o chefe do Executivo.”
Bolsonaro, então, afirmou que vai mostrar “o que foi a pandemia” e seus efeitos sobre a economia. Ele repetiu argumentos já explorados como sua conhecida oposição às políticas de isolamento social, os efeitos da guerra na Ucrânia e o que chamou de “crise ideológica” – vitórias de candidatos de esquerda na Argentina, Chile, Colômbia e Venezuela. “Entendo que é por aí nosso trabalho por ocasião do segundo turno”, disse Bolsonaro, que confirmou a intenção de comparecer mais a debates e sabatinas.
Os integrantes da campanha, sobretudo ligados ao vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente que orientou a estratégia no debate da TV Globo e coordena as ações nas redes sociais, defendem a linha de ampliar a combatividade. A presença de Carlos e a postura de Bolsonaro no debate são vistas como indicativos de que a estratégia poderá ganhar força.
A propaganda do presidente já retomou o discurso “contra o sistema”. Além das redes sociais, Lula já foi alvo de propagandas no rádio e na TV que o associavam a crimes comuns, como roubo e tráfico de drogas, além dos escândalos de corrupção como mensalão e petrolão.
No Ar: Pampa Na Madrugada