Domingo, 24 de Novembro de 2024

Home Eleições 22 Ao todo, os dez maiores doadores de campanhas desembolsaram 38 milhões de reais

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Os empresários que mais doaram para campanhas ajudaram a eleger 35 deputados estaduais, federais, senadores e um governador. Dezessete são de partidos que apoiam Jair Bolsonaro e 8, de siglas alinhadas a Luiz Inácio Lula da Silva. Os demais estão em legendas que não se posicionaram.

Ao todo, eles desembolsaram R$ 38,3 milhões em 185 doações. Alguns fizeram mais de uma doação por candidato. Outros preferiram apoiar os partidos, em vez de candidatos diretamente.

Por ordem de volume das doações, os dez maiores são: Rubens Ometto (Cosan), Alexandre Grendene Bartelle e Pedro Grendene Bartelle (Grendene), Salim Mattar (co-fundador da Localiza), Pedro de Godoy Bueno (Dasa),Valter Egídio da Costa (Dan-Hebrert Participações), Heitor Vanderlei Linden (Calçados Beira Rio), Candido Botelho Bracher (ex-presidente do Itaú Unibanco), Orlando Vitorio Bagattoli (empresário de Rondônia) e Marcelo Rodrigues de Oliveira (Ciapetro Distribuidora de Combustíveis).

Dos dez, Valter Costa e Heitor Linden não conseguiram emplacar nenhum de seus candidatos. No caso de Oliveira, sua opção foi aportar recursos no diretório nacional do PP e em nenhum nome diretamente.

Ometto, presidente do conselho da Cosan, aparece pela terceira eleição consecutiva (2018, 2020 e 2022) na lista do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como o maior financiador privado de campanhas eleitorais brasileiras. Até o primeiro turno, ele distribuiu R$ 8,7 milhões e ajudou a eleger nove deputados federais e um senador – de sete Estados e do Distrito Federal.

Dos nove deputados, sete são aliados de Bolsonaro. Um é do MDB, partido que ainda não se decidiu para que lado vai no segundo turno. O deputado federal Carlos Zarattini aparece como o único estranho no ninho. Veterano integrante do PT de São Paulo, ele foi único nome da esquerda entre os eleitos com apoio do empresário.

Ometto ajudou também a colocar dois candidatos a governador no segundo turno: Onyx Lorenzoni (PL), no Rio Grande do Sul; Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo. Ambos bolsonaristas.

Salim Mattar, que deixou a Localiza quando assumiu o cargo de secretário de Desestatização logo no início do governo Bolsonaro, empatou com Ometto e ajudou elegeu também dez candidatos, principalmente do Novo e do PL, de Bolsonaro. Mattar gastou até o momento R$ 3,2 milhões.

Os irmãos Grendene, que nas eleições de 2018 doaram, juntos, pouco mais de R$ 2 milhões, mostraram muito mais disposição neste ano em bancar políticos. Juntas, suas doações somam quase R$ 11 milhões para 21 candidatos ou partidos. O saldo foi a eleição de Elmano de Freitas (PT) governador do Ceará e de Camilo Santana (PT), senador pelo Estado.

Os dois empresários também ajudaram a financiar campanhas de dois candidatos que estão disputando o segundo turno: a de Bolsonaro e a de Onyx Lorenzoni, que tenta o governo no Rio Grande do Sul.

Analistas políticos costumam entender doações feitas por empresários como sendo motivadas por convicção política ou por pragmatismo. No segundo caso, as doações alimentam a expectativa de que uma vez que candidatos patrocinados sejam eleitos os doadores terão acesso mais fácil a esses deputados, senadores, governadores ou presidente – e mais espaço para convencê-los defenderem projetos que atendam a objetivos empresariais dos doadores.

Ex-presidente do maior banco da América Latina, o Itaú Unibanco, e mergulhado atualmente no debate da preservação ambiental, Candido Bracher, que doou quase R$ 2,5 milhões, disse sobre as expectativas que têm em relação aos nomes que ele e a mulher ajudaram a eleger.

As regras eleitorais passaram a proibir doações de campanhas feitas por empresas a partir das eleições municipais de 2016. As eleições de 2018 foram as primeiras com disputa presidencial sob a nova regra. O TSE registrava até terça-feira (4) R$ 640,1 milhões doados a campanhas por pessoas físicas.

Entre os dez maiores doadores, Orlando Bagattoli aparece como o campeão em doações para um único candidato. Sua generosa contribuição de R$ 2,4 milhões bancou quase toda a campanha de Jaime Bagattoli, do PL de Rondônia, eleito senador do Estado.

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