Quarta-feira, 18 de Dezembro de 2024

Home Economia Após intervenção do Banco Central, dólar fecha cotado a R$ 6,09

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Em um dia turbulento, o dólar fechou em leve alta e bateu seu novo recorde de cotação: R$ 6,0956. A moeda norte-americana começou essa terça-feira (17) em forte alta, em meio à piora das expectativas sobre o pacote fiscal do governo, que foi votado pelo Congresso. Pela primeira vez, a divisa chegou à casa dos R$ 6,20.

Depois de mais duas intervenções do Banco Central (BC) com vendas de dólares, a alta da moeda não foi revertida, mas amenizou. Com isso, o dólar voltou para a casa de R$ 6,12.

A moeda seguiu em trajetória de alta até que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, anunciou que um dos textos do pacote fiscal seria votado nessa terça. Somente então, o dólar conseguiu baixar da casa dos R$ 6,10.

Na máxima do dia, a moeda norte-americana chegou a R$ 6,2065. Entenda com mais detalhes, quais foram os acontecimentos do dia que levaram o dólar à forte turbulência vista nessa terça.

A forte subida do dólar pela manhã ocorreu porque pioraram as expectativas do mercado financeiro com o desenho do pacote de cortes de gastos enviado pelo governo federal ao Congresso Nacional. A ideia é economizar R$ 70 bilhões nos próximos dois anos, e um total de R$ 375 bilhões até 2030.

O governo precisa reduzir os gastos porque tem uma meta de zerar o déficit público pelos próximos dois anos — ou seja, gastar o mesmo tanto que arrecada em 2024 e 2025. São as regras definidas pelo arcabouço fiscal, o conjunto de normas para controle das contas públicas.

O arcabouço também estipula que o governo deve começar a arrecadar mais do que gasta a partir de 2026, para controlar o endividamento público. Mas os investidores já não acreditam que as medidas tomadas pelo governo até aqui tenham o potencial para conter o avanço da dívida pública no longo prazo.

O mercado tinha a expectativa de que o governo mexesse em gastos estruturais nesse pacote de corte de gastos — como a Previdência, benefícios reajustados pelo salário mínimo e os pisos de investimento em saúde e educação. Isso não aconteceu.

Segundo os analistas, essas despesas tendem a subir em velocidade acelerada e têm potencial de anular esse esforço do pacote em pouco tempo. O governo, contudo, é avesso às medidas, que mexeriam com políticas públicas e com promessas de campanha do presidente Lula.

Ainda durante a manhã, o Banco Central (BC) realizou mais duas intervenções no mercado de câmbio para reduzir a pressão do dólar sobre o real. O primeiro leilão vendeu US$ 1,2 bilhão, o segundo, US$ 2 bilhões. O movimento de forte alta não foi revertido, mas amenizou e voltou aos R$ 6,12.

O avanço só perdeu força depois que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, anunciou que o plenário da Casa pretendia votar um dos textos que compõem o pacote fiscal, além do projeto de regulamentação da reforma tributária.

Segundo o blog do Valdo Cruz, para evitar uma desidratação das medidas propostas e garantir a aprovação do pacote, o governo prepara mais R$ 800 milhões de emendas parlamentares para serem liberadas nesta reta de final de ano, além dos R$ 7,6 bilhões já empenhados para deputados e senadores até esta segunda.

Apesar do cenário ruim, o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou com avanço de 0,92%, aos 124.698 pontos.

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