Quinta-feira, 19 de Setembro de 2024

Home Mundo Após meses de turbulências e polêmicas, Robert Kennedy Jr. anuncia apoio a Donald Trump; família fala em traição

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O candidato independente à presidência dos EUA Robert F. Kennedy Jr. suspendeu sua campanha e anunciou apoio ao ex-presidente e candidato republicano Donald Trump.

A agência de notícias Associated Press havia adiantado a informação do apoio ao republicano com base em um documento da Justiça de Pensilvânia em que Kennedy Jr. requisitou a retirada de seu nome da cédula no estado.

A imprensa norte-americana já especulava que o agora ex-candidato planejava apoiar Donald Trump, e esse apoio estava previsto para ser oficializado durante um comício de Trump ainda nesta sexta.

“Quero que todo mundo saiba que não estou encerrando minha campanha, mas a suspendendo. (…) É com um senso de vitória, e não de derrota, que estou suspendendo minha campanha. Conseguimos um milhão de assinaturas para concorrer e mudamos o debate nacional para sempre”, disse Kennedy Jr.
Um apoio de Robert F. Kennedy Jr. poderia ser determinante no resultado da corrida eleitoral americana: segundo pesquisas de intenção de voto, Kamala Harris e Donald Trump travam uma disputa acirrada, e a maioria delas mostra um empate técnico. Kennedy teria o voto de 4% dos eleitores, segundo pesquisa da Ipsos realizada neste mês.

O agora ex-candidato independente Kennedy Jr., que já foi do Partido Democrata, é sobrinho do ex-presidente dos EUA John Kennedy, que era democrata.

Após o anúncio, a família Kennedy chamou o apoio de Kennedy Jr. a Trump de “uma traição” e reiterou seu apoio à campanha da candidata democrata Kamala Harris. Kennedy Jr. evocou seu tio para justificar sua forma de pensamento e as decisões que tomou.

Em discurso errático, Kennedy Jr. deixou as coisas confusas em alguns momentos, como quando disse que, apesar de estar suspendendo sua campanha, seu nome permanecerá nas cédulas de alguns estados, e até os encorajou a votarem nele.

“Meu nome permanecerá na cédula em diversos estados e você pode votar em mim sem prejudicar a disputa. Eu os encorajo a votar em mim. Mas em aproximadamente 10 estados em que minha presença influenciaria o resultado, eu vou retirar meu nome, e já comecei esse processo e peço aos eleitores para não votar em mim”, disse Kennedy Jr.

Kennedy Jr. disse que está apoiando Trump pelas seguintes razões: o discurso livre, a guerra na Ucrânia e a “guerra pelas nossas crianças”. Segundo ele, essas questões também foram determinantes para o fazer deixar o Partido Democrata. Após o anúncio de Kennedy Jr., Trump agradeceu o apoio durante comício em Las Vegas.

Kennedy Jr. nunca liderou as pesquisas e já não tinha boas chances de ser eleito. Sua campanha mirava prejudicar os esforços dos candidatos democrata e republicano, mas seu apoio com o eleitorado americano foi decaindo durante o tempo – chegou a ser de 10%, segundo pesquisas de intenção de voto. Já havia indícios que a campanha independente estava enfrentando algumas dificuldades.

Apoio a Kamala

Após o anúncio de Kennedy Jr. de apoio a Donald Trump, a família Kennedy reiterou seu apoio à candidata democrata Kamala Harris por meio de comunicado.

A família Kennedy também disse que a decisão de Kennedy Jr. de apoiar Trump “é uma traição aos valores que nosso pai e nossa família mais prezam”.

“Queremos uma América cheia de esperança e unida por uma visão compartilhada de um futuro mais brilhante, um futuro definido pela liberdade individual, promessa econômica e orgulho nacional. Acreditamos em Harris e Walz. A decisão de nosso irmão Bobby de apoiar Trump hoje é uma traição aos valores que nosso pai e nossa família mais prezam. É um final triste para uma história triste”, disse o comunicado, assinado por Kathleen, Courtney, Kerry, Chris e Rory Kennedy.

A família Kennedy é importante na política americana e é tradicionalmente democrata. John F. Kennedy foi presidente dos EUA e Robert Kennedy foi senador americano – ambos foram assassinados, John durante seu mandato, em 1963, e Robert quando fazia campanha à presidência, em 1968. Até o próprio Kennedy Jr., filho de Robert Kennedy e sobrinho de John, era filiado do Partido Democrata.

Dificuldades da campanha

A campanha de Kennedy Jr. também estava com dificuldades de inserir seu nome na cédula de alguns Estados dos EUA. Ainda em agosto, um juiz de Nova York decidiu que o candidato independente não poderia aparecer na cédula eleitoral do Estado, devido a um endereço falso listado em suas petições de nomeação. Kennedy apelou, mas enfrentou desafios semelhantes em várias partes do país.

Sua candidata a vice, Nicole Shanahan, já havia adiantado que Kennedy Jr. estava considerando encerrar sua campanha para se unir a Trump, candidato republicano à presidência, durante entrevista a um podcast.

Robert Kennedy Jr. foi um advogado ambientalista, mas com o passar dos anos ele virou um ativista contra vacinação. Muitos membros da família Kennedy romperam os laços com o candidato por suas campanhas antivacina.

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