Quinta-feira, 28 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 10 de abril de 2023
A Associação Internacional de Exorcistas criticou o filme de terror “O exorcista do Papa”, estrelado por Russel Crowe, que estreou no último dia 6 de abril. Baseados no trailer, segundo o jornal “The Guardian”, a associação disse que é um “filme sangrento não confiável”.
Dirigido por Julius Avery, o filme é inspirado nos arquivos do padre Gabriele Amorth, interpretado por Crowe e conhecido como o exorcista chefe do Vaticano. Enquanto investiga a posse de um jovem, ele descobre que durante séculos no Vaticano tentaram esconder a verdade.
Num comunicado divulgado no mês passado, a Associação Internacional de Exorcistas disse que o título do filme é pretensioso e o enredo, conspiratório, traz uma “dúvida inaceitável” sobre quem é “o verdadeiro inimigo, se o diabo ou o poder eclesiástico”.
Morto em 2016, o padre Amorth ajudou a fundar a associação, em 1994, época do papado de João Paulo II, que inicialmente esnobou o grupo.
A história
Quando criança, Gabriele Amorth costumava ir à missa aos domingos levado pelos pais em Modena, cidade onde nasceu, a 330 quilômetros de Roma. Mas, em vez de prestar atenção à homilia do padre, gostava de brincar de esconde-esconde pela igreja.
Sua mãe até tentava convencê-lo a ficar quieto, mas não adiantava. Só passou a fazer silêncio quando a mãe ofereceu, como prêmio por bom comportamento, um doce.
O que ela não podia imaginar é que, um dia, aquele garoto travesso se tornaria o exorcista mais requisitado do mundo.
No filme O Exorcista do Papa, adaptado por Julius Avery a partir de dois de seus livros – Um Exorcista Conta (1990) e Novos Relatos de Um Exorcista (1992) –, o personagem-título é interpretado por Russell Crowe.
“Quem melhor do que o gladiador para enfrentar o diabo de igual para igual?”, brinca um dos produtores do longa, Michael Patrick Kaczmarek.
Em O Último Exorcista (Ecclesiae, 2012), escrito em parceria com o jornalista italiano Paolo Rodari, Gabriele Amorth (1925-2016) compara o ritual a uma batalha.
Antes de enfrentar seu oponente, costumava fazer um ato de contrição e, em seguida, vestir sua armadura – uma estola roxa, mais longa do que a usada na missa. Logo no início do ‘combate’, gostava de colocar uma das abas do paramento sobre os ombros da pessoa a ser exorcizada.
Na Roma Antiga, os gladiadores ganharam esse nome por usarem gládios: espadas curtas e de dois gumes. O gládio do exorcista é o crucifixo. O de Amorth trazia a medalha de São Bento.
Mas, se os gladiadores usavam outras armas, tanto de defesa (como redes e escudos) quanto de ataque (lanças e tridentes), os exorcistas também dispõem de outros sacramentais, como a água benta e o óleo santo.
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