Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 16 de abril de 2022
Três astronautas chineses pousaram na região da Mongólia Interior, norte da China, neste sábado (16), após 183 dias no espaço, encerrando a missão espacial tripulada mais longa do país, informou a mídia estatal.
A equipe formada por dois homens e uma mulher – Zhai Zhigang, Ye Guangfu e Wang Yaping – voltou à Terra em uma pequena cápsula pouco antes das 10 horas deste sábado, no horário local (23h de sexta no horário de Brasília) depois de passar seis meses na estação espacial chinesa Tiangon, que ainda está em construção. “A cápsula de reentrada do Shenzhou-13 pousou com sucesso”, informou a emissora estatal CCTV.
A espaçonave Shenzhou-13 é a mais recente missão do programa da China para competir com os Estados Unidos no espaço, após pousar um rover em Marte e coletar amostras da Lua. O trio de astronautas decolou em outubro passado do deserto de Gobi, no noroeste da China, como parte da segunda de quatro missões tripuladas planejadas entre 2021 e 2022 para montar a estação Tiangong, que significa “Palácio Celestial” em mandarim.
Ambições
Localizada a uma altitude de 350-400 km, a estação terá três módulos, dos quais apenas um está em órbita atualmente, o Tianhe (“Harmonia Celestial”), onde a tripulação ficou alojada.
Nesse período, os astronautas realizaram diversos experimentos científicos, prepararam equipamentos, testaram tecnologias para as próximas fases de construção e realizaram duas caminhadas espaciais. Em uma delas, no final de novembro, Wang Yaping se tornou a primeira mulher chinesa a realizar uma caminhada espacial.
As últimas semanas da missão consistiram em preparar a cabine para a tripulação da espaçonave Shenzhou-14, que deve ser lançada nos próximos meses.
A China foi por muito tempo o “primo pobre” da conquista espacial. Excluída da Estação Espacial Internacional, comandada pelos americanos, o país enviou seu primeiro astronauta ao espaço apenas em 2003. Mas a chegada de Xi Jinping ao poder em 2013 acelerou ambições espaciais chinesas, com a autorização, já no ano seguinte, de investimentos privados em tecnologias espaciais.
Marte
A missão Perseverance, da Nasa, é a mais recente e maior a ir ao planeta vizinho e já descobriu pistas sobre o passado de lá. A cratera Jezero, região que o rover Perseverance está explorando em Marte, parece ter sido formada por magma em altíssimas temperaturas. Além disso, as rochas no interior da cratera parecem ter interagido com a água várias vezes, e algumas delas têm moléculas orgânicas.
Estas são algumas das descobertas recentes dos cientistas por trás da missão do rover, que podem ter grandes implicações para o entendimento da história da cratera.
O rover Perseverance pousou em Marte em 18 de fevereiro de 2021, mas, mesmo antes disso, a equipe científica da missão já queria investigar as origens das rochas por lá. “Estava começando a me desesperar em pensar que nunca encontraríamos a resposta”, disse Ken Farley, cientista de projeto do rover. Felizmente, o instrumento PIXL analisou um pedaço de rocha desgastado em South Seitah, que ajudou a esclarecer um pouco do mistério.
O Planetary Instrument for X-ray Lithochemistry — ou somente a sigla “PIXL” — usa a fluorescência de raios X para mapear a composição dos elementos em rochas, e foi utilizado para analisar uma amostra da região. Como resultado, o PIXL mostrou que a rocha tinha grandes cristais de olivina envolvidos por piroxênio cristalizado.
Farley explicou que a textura da amostra sinaliza que a rocha se formou quando os cristais se expandiram e organizaram no magma, que estava se resfriando lentamente. “Depois, a rocha foi alterada pela água algumas vezes, tornando-se um verdadeiro tesouro que permitirá que os futuros cientistas estabeleçam a data de eventos em Jezero e entendam melhor o período em que a água era mais comum na superfície”, disse.
Ainda não se sabe se a rocha rica em olivina se formou em um grande lago de lava se esfriando na superfície, ou se tudo aconteceu em uma câmara subterrânea. Esta e outras perguntas talvez poderão ser respondidas pela missão Mars Sample Return, uma iniciativa realizada entre a NASA e a Agência Espacial Europeia para enviar tubos de amostra coletadas pelo rover para a Terra; assim, o material poderá ser estudado com equipamentos potentes, que não poderiam ser enviados a Marte.
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