Sábado, 23 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 13 de agosto de 2022
A aurora boreal e a austral são fenômenos visuais que parecem muito com um show de luzes coloridas. Muito comuns nos meses de fevereiro, março, abril, setembro e outubro, eles ocorrem nas regiões polares.
Facilmente vistas a olho nu, são resultado da fricção entre partículas com energia oriundas dos ventos solares com o campo magnético do globo terrestre.
A cena é linda e muita gente faz turismo apenas para assistir in loco. A origem do nome é responsabilidade do astrônomo Galileu Galilei. Referenciado como “pai da astronomia observacional”, Galileu desejava prestar homenagens a Aurora, deusa romana do amanhecer, e ao deus grego Boreas, dos ventos norte.
Muita gente se pergunta como acontece a aurora boreal. Na Idade Média, por exemplo, havia uma associação mística para o fenômeno. Acreditava-se que elas eram sinais divinos.
Os primeiros registros que se têm da visualização do efeito possuem 3,5 mil anos. Já foram encontradas pinturas em cavernas feitas pelos povos cro-magnon, na Europa.
Durante tempestades solares, um gás carregado de energia com elétrons e prótons é emitido. Ao entrar em contato com a atmosfera e o campo magnético da Terra, há um choque, formando-se um espetáculo de luzes de cor azul, vermelha e verde. As diferentes cores são resultado dos íons ao perderem prótons ou elétrons.
Os formatos vistos no céu podem ser diversos, variando entre pontos luminosos, faixas horizontais ou circulares. Seja como for, serão sempre alinhados ao campo magnético terrestre. O mais interessante é que a aurora boreal pode ocorrer em outros planetas próximos ao sol, como Vênus e Marte.
Diferenças
As diferenças entre as auroras são simples de serem explicadas. As austrais ocorrem no Hemisfério Sul da Terra, podendo ser vistas na Antártida, Patagônia, Tasmânia e Nova Zelândia. Já as boreais acontecem no Hemisfério Norte, sendo melhor observadas na Islândia, Suécia, Finlândia, Noruega, Sibéria, Groenlândia e Canadá.
Cientistas chegaram a defender a tese de que ambas auroras aconteceriam de modo simultâneo, como uma espécie de espelho. Foi a partir de um estudo da Nasa, apresentado no ano de 2009, que esta hipótese caiu.
Especialistas identificaram que o movimento delas é feito em direções opostas – austral rumo ao Sol, a boreal no sentido contrário.
Quem deseja ter a oportunidade de ver de perto o fenômeno tem que ficar esperto. Enxergar a aurora boreal é muito mais simples do que a austral. Isso ocorre porque a austral é melhor vista na Antártida, o que obriga que você esteja bem localizado e em uma região do oceano que é muito fria.
Como acompanhar
No Hemisfério Norte, os primeiros meses do ano são os mais favoráveis. Janeiro, fevereiro e março são os que a incidência de neve é menor, o céu fica mais limpo e facilita a visualização do efeito.
Noruega, Suécia, Dinamarca, Alasca, Finlândia, Escócia, Rússia, Islândia, Groenlândia e Canadá são os locais em que a aurora boreal terá melhor exposição aos curiosos.
Já no Hemisfério Sul, a aurora austral é melhor visualizada durante o inverno, entre o final de junho e o final de setembro.
Antártida, Patagônia, Tasmânia e Nova Zelândia são os melhores locais para vê-la, com destaque a Antártida, local em que as luzes parecem mais coloridas e ficam mais visíveis pela ausência de grandes construções.
Quem já teve a oportunidade de ver de perto diz que acompanhar o fenômeno das “luzes no céu” é uma ocasião única na vida. As agências de viagem costumam dar preferência a organização de grupos para a aventura de acompanhar o fenômeno.
A principal razão diz respeito às baixas temperaturas e locais que podem ser desafiadores.
Curiosidades
1) Potencial danoso – Para ocorrerem, as auroras necessitam da impulsão do vento solar. No entanto, o vento possui potencial de estragos, além de afetar o funcionamento de satélites e submarinos.
Algo Um efeito danoso do tipo ocorreu em 1859, causando interferência em telégrafos por todo o Hemisfério Norte. A situação foi batizada de “Evento de Carrington”.
2) O som da aurora boreal – Um grupo de pesquisadores da Universidade Aalto, na Finlândia, conduziu um estudo que identificou que as auroras boreais são capazes de “emitir” sons.
O que os cientistas identificaram foi uma interferência audível causada pelas partículas energizadas oriundas do Sol. O som é semelhante a um “bater de palmas”, breve e suave.
3) Um fenômeno veloz – Cientistas conseguiram medir a velocidade que as partículas emitidas pelo Sol atingem. Descobriram que a energia produzida pela tempestade solar pode fazê-las viajar a até 11,2 mil km/h. Segundo os cálculos, significa dizer que o vento solar levaria até cinco dia para atingir a Terra.
No Ar: Show de Notícias