Sexta-feira, 03 de Janeiro de 2025

Home Economia Boa parte dos analistas já fala em uma taxa básica de juros de 9,5% ao fim do ciclo. Embora pequena, essa diferença deixa mais caro o crédito para investimentos das empresas

Compartilhe esta notícia:

Depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter descartado a meta de déficit zero em 2024, o comunicado divulgado na quarta-feira passada (1º) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) consolidou no mercado financeiro a avaliação de que uma aceleração no ritmo de corte dos juros está praticamente descartada. Mais do que isso, o risco fiscal e a menção do colegiado ao cenário externo “adverso” indicam que o mais provável adiante é uma diminuição do passo – de 0,5 ponto para 0,25 ponto porcentual de queda a partir de março.

Com isso, o que surge no horizonte é uma Selic, no final do atual ciclo de cortes, em dezembro de 2024, mais alta do que os 9% que se esperava inicialmente. No boletim Focus, do BC, divulgado há uma semana, a expectativa já havia subido a 9,25%. Depois da reunião do Copom, boa parte dos analistas já fala numa Selic de 9,5% ao fim do ciclo.

Embora pequena, essa diferença tem grande impacto na economia, porque deixa mais caro o crédito para investimentos das empresas.

O BC cortou a taxa básica de 12,75% para 12,25%, em linha com as expectativas do mercado, e informou que é unânime entre os membros do Copom a previsão de reduções “de mesma magnitude nas próximas reuniões”. Mas não apenas mudou a qualificação do ambiente externo – de “mais incerto”, no comunicado de setembro, para “adverso” agora –, em parte pela alta dos juros americanos de longo prazo, como disse que isso requer “cautela na condução da política monetária”.

“Nas entrelinhas, o BC está dizendo que não tem como levar a taxa Selic a 9% se o juro americano não se alterar, ou se alterar muito pouco no ano que vem”, disse o economista do BTG Pactual Álvaro Frasson, sobre a nota do Copom. Ele manteve a expectativa de queda da Selic a 9,5% no fim do ciclo, mas postergou de meados de 2024 para dezembro a previsão de fim do ciclo.

Incerteza

Logo após a reunião, o Itaú Unibanco diminuiu a projeção de corte dos juros em dezembro, de 0,75 para 0,5 ponto porcentual, e aumentou a sua estimativa para a Selic no fim do ciclo de cortes de 9% para 9,5%, citando o cenário global instável e o “ligeiro aumento da incerteza doméstica”. Já o Goldman Sachs reiterou a expectativa de baixa de 0,5 ponto em dezembro e janeiro, mas apontou para o risco de uma desaceleração a 0,25 ponto a partir de março.

Alguns economistas, porém, mantiveram nos seus cenários a possibilidade de aceleração no ritmo de cortes da Selic. “Continuamos vendo o risco de aceleração do ritmo, porque esperamos que a inflação de serviços continue desacelerando e que a atividade econômica se enfraqueça mais agora”, disse em nota a economista-chefe do Santander Brasil, Ana Paula Vescovi.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Economia

Morreu, aos 52 anos, o prefeito da cidade gaúcha de Ipê
Operadoras de celular poderão reduzir número de lojas físicas e vender planos com atendimento 100% digital
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play

No Ar: Pampa News