Quinta-feira, 02 de Janeiro de 2025

Home Economia Bolsa brasileira cai e dólar fecha no maior valor em mais de 1 ano; entenda os motivos

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Em mais um dia de nervosismo no mercado financeiro, o dólar aproximou-se de R$ 5,30 e fechou no maior valor desde janeiro do ano passado nessa quarta-feira (5). A Bolsa de Valores caiu 0,32%, aos 121.407 pontos, e continua no menor nível desde novembro do ano passado.

O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 5,297, com avanço de R$ 0,012 (+0,23%). A cotação alternou altas e baixas até o início da tarde, mas a tendência de alta se consolidou após as 13h. Na máxima do dia, por volta das 15h40, a moeda chegou a R$ 5,30.

Com o desempenho, o dólar está no maior nível desde 5 de janeiro de 2023. A divisa acumula alta de 1,71% em uma semana e de 9,15% em 2024.

O mercado de ações teve mais um dia de perdas. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 121.407 pontos, com recuo de 0,32%. Apesar de as ações de empresas varejistas terem subido, o indicador foi puxado para baixo por causa de papéis de mineradoras, que caíram por causa de uma nova redução no preço internacional do minério de ferro.

Além da queda das commodities (bens primários com cotação internacional), o mercado financeiro foi afetado por dados econômicos fortes no setor de serviços nos Estados Unidos. O bom desempenho do setor indica dificuldade do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) em reduzir a inflação na maior economia do planeta. Juros altos em economias avançadas estimulam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil.

Entenda

Com uma série de indicadores norte-americanos no radar dos investidores, o principal impulsionador do dólar nas últimas semanas são as incertezas sobre qual deve ser a postura do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na condução dos juros do país.

Desde a semana passada, por exemplo, dados econômicos dos Estados Unidos já têm sinalizado que a maior economia do mundo pode estar desacelerando — com uma inflação mais sob controle e um mercado de trabalho menos pressionado.

Na última sexta-feira (31), o país divulgou o índice preços PCE de abril, quando a inflação subiu 2,7%, em linha com as expectativas dos analistas e se mantendo no mesmo patamar que o mês imediatamente anterior.

Um dia antes, foi divulgado o resultado do PIB norte-americano, que cresceu 1,3% no primeiro trimestre, abaixo das expectativas do mercado, de alta de 1,6%. O número também representou uma desaceleração frente ao que foi observado no último trimestre do ano passado: um avanço de 3,4%.

Esses números mais controlados fazem com que o mercado volte a acreditar que o Fed, pode iniciar o seu ciclo de cortes nos juros em setembro.

Ao mesmo tempo, no entanto, dados divulgados nessa quarta pelo Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) voltaram a indicar um crescimento do setor de serviços nos EUA em maio, após uma contração no mês anterior, o que volta a trazer incertezas sobre os próximos passos do Fed.

O índice de gerentes de compras não manufatureiro do ISM subiu de 49,4 em abril para 53,8 no mês passado. A leitura de maio, a mais alta desde agosto, superou as estimativas de todos os 59 economistas em uma pesquisa da Reuters, cuja mediana era de 50,8, um pouco acima do nível 50 que separa crescimento de contração.

Já o índice de atividade empresarial do relatório subiu 10,3 pontos, o maior aumento desde março de 2021, e o elevou para 61,2, o nível mais alto desde novembro de 2022.

Além disso, outro fator que também tem corroborado com a alta do dólar ante o real é a variação de preços das commodities e o cenário da balança comercial brasileira.

Por fim, o desconforto do mercado com o cenário fiscal brasileiro também acaba prejudicando o real ante o dólar e em comparação a moedas de outros países emergentes.

Em abril, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou uma mudança na projeção fiscal do Brasil. A nova previsão passou a ser de déficit zero para 2025 — e não mais de superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), como previsto até o ano passado.

A mudança na meta significa abrir mais espaço para gastos, diante de uma dificuldade para aumentar receitas no próximo ano. O mercado financeiro não gostou do afrouxamento ainda no segundo ano da existência do novo arcabouço fiscal.

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