Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2024

Home Economia Brasil retoma liderança do ranking mundial de juros reais

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O Brasil retomou a liderança do ranking mundial de juros reais, segundo levantamento compilado pelo MoneYou e pela Infinity Asset Management.

Com a nova Selic, os juros reais, ou seja, descontada a inflação (leia mais abaixo), atingiram 6,69% ao ano.

A taxa de juros real é calculada com abatimento da inflação prevista para os próximos 12 meses, sendo considerada uma medida melhor para comparação com outros países.

Juros nominais

Considerando os juros nominais (sem descontar a inflação), a taxa brasileira recuou para a quarta posição, atrás de Argentina, Rússia e Turquia.

Veja:

— Argentina: 47,00%
— Rússia: 14,00%
— Turquia: 14,00%
— Brasil: 12,75%
— Chile: 7,00%
— México: 6,50%
— Colômbia:: 6,00%
— Índia 5,40%
— Hungria: 5,40%
— República Checa: 5,00%
— Polônia: 4,50%
— China: 4,35%
— África do Sul: 4,25%
— Indonésia: 3,50%
— Filipinas: 2,00%
— Malásia: 1,75%
— Coreia do Sul: 1,50%
— Nova Zelândia: 1,50%
— Reino Unido: 0,75%
— Taiwan: 1,38%
— Canadá: 1,00%
— Tailândia: 0,93%
— Hong Kong: 0,75%
— Estados Unidos:: 0,50%
— Cingapura 0,36%
— Israel: 0,35%
— Austrália: 0,35%
— Suécia: 0,25%
— Alemanha: 0
— Áustria: 0
— Bélgica: 0
— Espanha: 0
— França: 0
— Grécia: 0
— Holanda: 0
— Itália: 0
— Portugal: 0
— Japão: -0,10%
— Dinamarca: -0,60%
— Suíça: -0,75%.

Consequências

De janeiro de 2021 a maio de 2022, o percentual subiu de 2% para 12,75% ao ano. E a tendência é de que essa alta continue. Nesta semana, o boletim Focus projeta a Selic chegando a 13,25% ao ano no final de 2022.

Entenda as principais consequências do movimento de alta dos juros no País.

Inflação

O objetivo máximo da alta dos juros é tentar conter a escalada da inflação no país.

De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) acumula alta de 12,03% nos últimos 12 meses. Além disso, o índice de difusão da inflação, que mede a quantidade de produtos e serviços que subiram no mês em relação ao total de itens pesquisados pelo IBGE, saltou para 78,7% em abril — um recorde.

A inflação brasileira sofreu com repetidos choques desde o primeiro impacto da pandemia do coronavírus no País. Entre os mais sentidos pelos brasileiros, estão os combustíveis, energia e alimentos.

Em geral, juros mais altos desestimulam a economia pelo lado da demanda e suavizam a inflação. Como o crédito fica mais caro, a pessoa física tende a reduzir gastos. Já as empresas contraem os investimentos e geram menos empregos, o que também tira dinheiro de circulação.

Dólar

Aumentar os juros também tem o poder de atrair investidores para o País. Economias emergentes, como o Brasil, ficam mais interessantes conforme cresce a relação risco-retorno.

Investidores buscam sempre o maior lucro combinados à maior segurança. Assim, juros mais altos ajudam a trazer dinheiro estrangeiro para dentro do país e valorizam o real.

A queda do dólar retira fôlego da inflação em várias frentes. No preço dos alimentos, ela desestimula a exportação e aumenta o estoque do País. Nos combustíveis, reduz o peso do valor do petróleo no mercado internacional. E assim por diante.

PIB

Com crédito mais caro e au

mento de custos com a inflação, as empresas tendem a investir menos, impactando negativamente o Produto Interno Bruto (PIB), o emprego e a renda.

Pelo lado da pessoa física, ​​o aumento das taxas bancárias são repassados aos clientes. No ano passado, a elevação do juro bancário foi o maior em seis anos. Em fevereiro, a taxa média cobrada pelos bancos foi a maior em dois anos e meio.

A influência negativa no consumo da população e nos investimentos produtivos, faz analistas projetaram uma expansão de 0,7% para o PIB deste ano, contra um crescimento de 4,6% em 2021.

Dívida pública

O aumento da Selic gera uma despesa adicional com juros da dívida pública. No ano passado, com a elevação da Selic e da inflação, os gastos com juros foram os maiores em seis anos. E a expectativa de economistas é de que essa despesa deve bater recorde em 2022.

As despesas com juros impactam a dívida pública, indicador olhado por investidores internacionais para aumento da confiança no País.

Esse receio do capital internacional pressiona o dólar para cima, enquanto o mercado aguarda uma trajetória de controle da dívida. E a saída de dólares pressiona a inflação.

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