Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 14 de janeiro de 2025
Uma bolha de calor deve ganhar força ao longo desta semana nas regiões Centro e Norte da Argentina, no Uruguai, Paraguai, região Sul do Brasil, Mato Grosso do Sul e Oeste de São Paulo. A informação é da empresa de meteorologia MetSul, que alerta para temperaturas de até 42ºC nestas regiões e tardes “escaldantes”.
Os termômetros devem escalar com o passar dos dias, atingindo o pico na segunda metade da semana, potencialmente nesta quinta-feira (16). O Oeste da região Sul e do Mato Grosso do Sul já vêm sofrendo com altas temperaturas desde o fim da última semana. Mas agora, informa a Metsul, essa massa de ar quente deve se espalhar.
“Uma bolha de calor tomando conta de grande parte das latitudes médias da América do Sul, com máximas muitos elevadas que devem ficar entre 35ºC e 40ºC”, diz a empresa de meteorologia. O calor deve ser seguido por temporais isolados. Pode haver queda de granizo e vendaval, especialmente na segunda metade da semana.
“Será uma situação parecida com o que se viu na virada do ano, com o calor formando células isoladas de tempestades que isoladamente provocam temporais, alguns fortes e com danos. Não se trata de situação de tempo severo generalizada”, afirma a Metsul.
“Quanto mais quente e atmosfera e menor a pressão atmosférica, maior é o potencial para haja a formação de nuvens muito carregadas e mais alta a probabilidade de temporais localizados de maior severidade.”
De acordo com a empresa de meteorologia, a bolha de calor acontece em áreas de alta pressão, que atuam como cúpulas de calor e têm ar descendente. O ar é empurrado em direção ao solo e o calor fica retido, assim como em uma tampa de panela.
“As massas de ar quente se expandem verticalmente na atmosfera, criando uma cúpula de alta pressão que desvia os sistemas meteorológicos – como frentes frias – ao seu redor. À medida que o sistema de alta pressão se instala em determinada região, o ar abaixo aquece a atmosfera e dissipa a cobertura de nuvens. O alto ângulo do sol de verão combinado com o céu claro ou de poucas nuvens aquece ainda mais o solo”, diz a Metsul.
Ano mais quente
O ano de 2024, que acabou de terminar, foi o ano mais quente registrado no País desde 1961, quando o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) começou a calcular as médias anuais de temperatura. Até então, o ano de 2023 havia sido o mais quente no Brasil.
Conforme os dados do Inmet, no ano passado a média de temperatura foi de 25,02ºC, enquanto que em 2023, os termômetros bateram uma média 24,92ºC. Considerando a média registrada ao longo de 30 anos( 1991 a 2020), a temperatura de 2024 esteve 0,79°C acima.
Ao longo do ano passado, o País sofreu com a pior estiagem das últimas sete décadas, uma escalada de incêndios em várias regiões, como Amazônia, Pantanal e no interior de São Paulo, e uma série de ondas de calor. Para piorar, o Rio Grande do Sul sofreu seu pior desastre climático, com uma enchente recorde que destruiu o Estado.
O instituto pondera que os anos nos quais houve maior temperatura o País estava sob influência “forte ou muito forte” do El Niño. O fenômeno se caracteriza por um aquecimento acima do normal das águas do Oceano Pacífico, o que influencia o clima em várias regiões do mundo. A crise climática, motivada pela emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, também é um fator causador do aumento de temperaturas. (Estadão Conteúdo)
No Ar: Pampa Na Madrugada