Sábado, 23 de Novembro de 2024

Home Geral Brasileiro que degolou a mulher na Irlanda é inocentado por “insanidade”

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Após cinco dias de julgamento, a Justiça irlandesa inocentou o brasileiro Diego Costa Silva, de 35 anos, pela morte de sua mulher, Fabíole Câmara. O crime aconteceu em novembro de 2021. Segundo as autoridades do país, Diego sofria de um quadro de “psicose induzida por canábis” quando cometeu o assassinato. Também brasileira, Fabíole, que tinha 33 anos, foi esfaqueada e degolada por Diego, com quem era casada desde 2016.

Agora, Diego será levado ao Hospital Psiquiátrico Central de Dublin, onde passará por avaliação antes de retornar ao tribunal, em 22 de março, para que um psiquiatra faça relatório sobre seu “estado mental” atual.

Em depoimento no quarto dia do julgamento de Diego, os profissionais afirmaram que um surto levou o brasileiro a acreditar que a vítima, Fabiole Câmara, “estava possuída por uma serpente e iria matá-lo”.

Segundo o jornal irlandês Irish Times, os psiquiatras Brenda Wright e Mark Joynt afirmaram que a crise psiquiátrica de Diego não foi causada por intoxicação decorrente do uso de maconha, e sim induzida pelos efeitos da droga combinados a um quadro de psicose já existente. Os profissionais afirmaram, ainda, em depoimento no tribunal, que Diego permaneceu em surto por cerca de 11 dias após o crime.

O autor do assassinato chegou a ser internado em um hospital de Dublin horas antes de degolar a mulher. Em depoimento ao júri que decidirá o futuro de Diego, um dos policiais que o interrogou na época do crime disse, na quarta-feira, que ele foi detido após correr pelas ruas descalço e vestindo apenas shorts, mas foi liberado da unidade de saúde pouco depois.

Ainda segundo o depoimento do policial Carl Smith, divulgado pelo jornal irlandês Irish Times, o brasileiro afirmou, na época, que a própria mulher o buscou no hospital Mater após sua liberação, entre 18h e 20h do dia 3 de novembro de 2021, véspera do crime. Diego relata ter brigado com Fabíole por volta das 6h do dia 4 de novembro. Ao ser interrogado, falou que “não se sentia seguro”, e contou que teria escutado vozes e “algo eletrônico no ouvido”.

Diego teria contado, ainda, que não houve discussão, e disse ter sentido “que se não fizesse aquilo, ela faria”. Segundo a imprensa irlandesa, o brasileiro já foi preso com recomendação de tratamento psiquiátrico. Ainda de acordo com o policial que o interrogou, ao ser questionado sobre a motivação do crime, o acusado teria respondido: “Como posso explicar? Às vezes você tem que decapitar alguém porque essa pessoa está possuída”.

Exame toxicológico

Segundo o jornal Irish Times, uma análise de urina feita após a prisão de Diego, no dia do crime, teve resultado positivo para maconha, mas não para álcool ou outras drogas. Ele também teria dito aos policiais que traiu a mulher e contou a ela sobre isso. Segundo Diego, ela teria ficado com raiva e o relacionamento ficou “tenso”, mas continuaram juntos.

O brasileiro também teria dito aos policiais que não contou à mulher sobre as “vozes” que costumava ouvir, e que suspeitava que ela poderia “estar tendo casos” como vingança pelo que ele havia confessado.

Em depoimento, um dos psiquiatras que se apresentaram ao júri nesta quinta-feira, convidado pela defesa, afirmou que uma das irmãs de Diego diz que outros membros da família do brasileiro já foram diagnosticados com transtorno bipolar. Segundo o médico, o histórico familiar poderia colocar Diego em maior risco de desenvolver um transtorno mental grave.

Julgamento

Detalhes divulgados por testemunhas no julgamento apontam que foi o próprio marido quem acionou a emergência, após o crime, em novembro de 2021. Segundo o policial que atendeu à ocorrência, Diego usava bermuda e chinelos quando foi encontrado com o corpo sujo de sangue, no apartamento onde vivia com a vítima.

“Eu acho que matei minha mulher”, teria dito ele ao agente, que prestou depoimento na terça-feira. Além disso, também descreveu à polícia como eram as quatro facas usadas no crime, e disse ter acionado a emergência de 10 a 15 minutos após cometer o crime. As informações são do jornal O Globo.

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