Sábado, 23 de Novembro de 2024

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Os brasileiros ricos correm para comprar imóvel em Lisboa antes das eleições presidenciais neste ano. Seja qual for a ideologia política, querem fazer de Portugal um porto seguro e ficaram com algumas das coberturas da capital nos últimos 12 meses.

A informação é de Manoel Pires, consultor dedicado ao segmento de luxo para o mercado brasileiro na imobiliária JLL: “O que percebo é que, independentemente do pensamento e posicionamento político que têm, o plano estratégico é o mesmo. Fechei a venda de algumas das coberturas mais icónicas de Lisboa para famílias brasileiras. A última foi no Empreendimento Casal Ribeiro, nas Avenidas Novas (Saldanha), com preço perto dos 3 milhões de euros (cerca de R$ 15 milhões).”

O Brasil é o segundo mercado da JLL, atrás apenas dos compradores locais. Diante da oferta limitada de imóveis, uma família brasileira tentou cobrir o preço inicial em uma negociação, mas não teve sucesso.

“Recentemente, tive uma família que estava disposta a pagar mais do que era pedido por um apartamento na avenida da Liberdade e que já tinha uma proposta. Mesmo assim, não conseguiram comprar”, disse Pires.

Muitos brasileiros que procuram a empresa têm perfil de investidor e buscam os melhores imóveis da capital na avenida da Liberdade, Amoreiras, avenidas Novas e Estrela. Apesar da família que cobriu a oferta, a maior parte procura fechar um negócio equilibrado e a preço justo.

“A oferta em Lisboa para o segmento alto é historicamente escassa. O parque habitacional aumentou 1,8% em comparação à década passada, em contraponto com a demanda de brasileiros de padrão alto que, por motivações econômicas e políticas, criam o seu ‘porto seguro’ em Lisboa e o querem fazer antes das eleições”, contou Pires.

Com a nova onda de imigração para Portugal, os brasileiros começam a enfrentar um concorrente de peso na disputa por imóveis: o comprador norte-americano, disse Pires: “Mercados mundiais de grande expressão começam a procurar Portugal por todos os motivos que já conhecemos e estão bem difundidos no estrangeiro. Como é o caso dos Estados Unidos. Consequentemente, os preços não vão baixar. Pelo contrário, vão continuar subindo”.

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