Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 9 de dezembro de 2024
Criado pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) para apoiar a retomada de atividades econômicas em cidades gaúchas fortemente atingidas pelas enchentes de maio, o programa “Em Frente RS” já concedeu empréstimos emergenciais a 446 empresas. O total de financiamentos chega a aproximadamente R$ 124 milhões, com foco em municípios sob calamidade pública.
Os números são detalhados em balanço divulgado nessa segunda-feira (9) pelo presidente da instituição de fomento e ex-governador Ranolfo Vieira Júnior. Em reunião com o grupo técnico da Assembleia Legislativa que monitora investimentos estratégicos no Estado, ele citou o fato de a primeira etapa ter sido direcionada a comerciantes do Mercado Público de Porto Alegre e Estação Rodoviária, dentre outros – no Interior, a prioridade inicial foram bares e restaurantes:
“Agora avançamos para atender empresas de todos os setores nos municípios incluídos sob decreto de calamidade, focando em segmentos que sustentam grande parte dos empregos e são fundamentais para a recuperação econômica”, frisou Ranolfo.
O programa continua disponível até meados de 2025, com um montante total de R$ 325 milhões e carência integral de 12 meses, mais quatro anos de prazo para pagamento do valor financiado – as prestações se reduzem a cada mês – e taxas relativamente mais acessíveis. A operação pode ser contratada por meio dos parceiros Sicredi, Cresol, Sicoob e Unicred.
Repactuação
Durante o resumo das medidas que o BRDE adotou para socorrer a economia gaúcha, Ranolfo salientou que a primeira medida adotada foi a suspensão por um ano no pagamento de empréstimos. A iniciativa tem auxiliado empresas cujos negócios foram prejudicados pelas cheias mais graves já registradas no Estado e o congelamento temporário das dívidas com a repactuação de 314 contratos, conhecido como “standstill”, supera a marca de R$ 1,49 bilhão em renegociações.
A medida permitiu que importantes clientes do banco com alta capacidade de geração de empregos conseguissem retomar a produção e garantir a manutenção dos postos de trabalho. Entre os setores que tiveram a suspensão das dívidas estão cooperativas e indústrias do Vale do Taquari que ainda se recuperavam da enchente do ano passado. Ao mesmo tempo, o BRDE disponibilizou R$ 78 milhões para financiamento emergencial aos produtores rurais com custos de 4% ao ano. O apoio veio a partir do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) Emergencial.
Demais setores
Através das demais linhas emergências viabilizadas com recursos de outros programas, o BRDE já liberou ou está em fase de contratação cerca de R$ 350 milhões em investimentos para aquisição de novos equipamentos, reformas e capital de giro. O presidente relatou que o setor industrial, através de fundos captados junto à linha BNDES Emergencial, atendeu a 16 empresas com um total de R$ 153 milhões.
Para o segmento de turismo, o banco contratou R$ 108 milhões. “Trata-se de um setor que mais demorou a retomar sua atividade a pleno, muito por conta do período sem operações no Aeroporto Salgado Filho”, relatou Ranolfo.
Já através do programa Sul Resiliente foram R$ 882 milhões em contratos com prefeituras. A parceria do BRDE com o Banco Mundial permite investimentos em obras de contenção às cheias e projetos para mitigar os impactos dos eventos climáticos. O presidente salientou, ainda, que o banco vem mantendo tratativas com os parceiros internacionais, para viabilizar novas linhas no próximo ano que auxiliem na retomada.
(Marcello Campos)
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