Segunda-feira, 10 de Março de 2025

Home Variedades Cabe aos pais evitar uso excessivo de celular e eletrônicos pelos filhos

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No momento em que a preocupação com o uso excessivo de telas leva escolas de todo o país a banir celulares, as crianças brasileiras de 6 a 8 anos usando a internet dobraram entre 2015 e 2024, de 41% para 82% do total na faixa etária. Nas classes A e B, são 97%, segundo levantamento do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), produzido a partir das pesquisas TIC Kids Online Brasil e TIC Domicílios. Os números podem ser ainda maiores, uma vez que os adultos, responsáveis pelas informações, tendem a subestimar o uso da internet pelos menores. No grupo até 2 anos, ele aumentou de 9% para 44%. Entre 3 e 5 anos, de 26% para 71%. A pesquisa mostra ainda que os pequenos ganham celulares cada vez mais cedo. As crianças de 6 a 8 anos que já têm seus próprios aparelhos passaram de 18% para 36%.

O uso de telas por crianças e adolescentes está no centro de um debate nacional que envolve educadores, pais de alunos e organizações da sociedade civil. Em janeiro, foi sancionada uma lei proibindo celulares não só em salas de aula, mas também nos intervalos em escolas públicas e privadas. A iniciativa federal surgiu na esteira de legislações municipais e estaduais restringindo o aparelho nas escolas. A tramitação do projeto no Congresso obteve raro consenso entre as diversas forças políticas. Em 2023, um relatório da Unesco já alertara sobre distração e prejuízos ao aprendizado pelo uso de celulares.

Se, nas escolas, a questão parece pacificada, no ambiente doméstico a regulação fica por conta dos pais ou responsáveis. Pesquisas mostram que o uso da internet por menores costuma estar ligado a trabalhos escolares. Mas as mesmas telas que ampliam as fronteiras do conhecimento embutem riscos, como disseminação de desinformação, preconceito, ódio, pornografia, contatos com desconhecidos mal- intencionados e outras mazelas.

O excesso de uso de eletrônicos pode ter efeitos nocivos. Crianças de 1 ano que passam de uma a quatro horas por dia na frente das telas têm maior risco de sofrer atraso no desenvolvimento de comunicação, resolução de problemas, capacidade motora e habilidades pessoais e sociais. A entrada de menores no mundo digital deveria, pela recomendação dos pesquisadores, ser adiada ao máximo. Redes sociais deveriam ser liberadas apenas a partir dos 16 anos, como as próprias plataformas sugerem.

Num mundo em que a tecnologia impõe mudanças na educação e no mercado de trabalho, o contato com celulares pode contribuir para melhorar a formação, desde que com critério, bom senso e seguindo as orientações científicas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que menores de 2 anos fiquem longe das telas. Nas faixas de 2 a 5 anos e de 6 a 10, o máximo recomendado é uma e duas horas, respectivamente. Fora da escola, cabe aos pais supervisionar as crianças, levando em conta que os filhos também precisam ter interação social. Existe vida fora das telas. As informações são do portal O Globo.

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