Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 16 de agosto de 2023
A maioria das mulheres já sentiu na região genital coceira, ardência e corrimento de leite talhado. Trata-se de sinais e sintomas de candidíase, uma infecção que, segundo dados do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), nos Estados Unidos, afeta cerca de 75% das mulheres em algum momento da vida.
Embora seja uma condição incômoda, compreender o que é a candidíase e a importância de seu tratamento pode ajudar as mulheres a buscar o alívio necessário para restaurar sua saúde e bem-estar.
O que é candidíase e quais são as causas?
Candidíase é uma infecção pelo fungo cândida, que tem vários subtipos, sendo o mais comum Candida albicans. É possível ter cândida na pele, na boca e até em órgãos como esôfago e intestino. No entanto, a região mais comum é a genital.
“A candidíase é, digamos, uma pedra na vida no trato genital das pessoas, porque ela envolve vários fatores”, afirma a ginecologista Maria dos Anjos Neves Sampaio Chaves, do laboratório Salomão Zoppi.
Nossa flora vaginal é coberta por diversos microrganismos que moram na região, como o fungo cândida. O sistema imune é capaz de evitar a sua proliferação exagerada. Porém, quando o corpo sofre algum desequilíbrio, os microorganismos podem se reproduzir de forma exagerada.
Entre as causas para o desequilíbrio da flora estão aspectos endócrinos, alimentares, higiênicos e até emocionais. Os gatilhos reúnem uso de antibióticos, diabetes descontrolada, gravidez e um sistema imunológico enfraquecido, ligado a doenças imunossupressoras.
“Todos esses fatores podem desencadear a infecção em pessoas que têm predisposição à cândida”, diz a médica.
Sintomas da candidíase
Boca: Placas esbranquiçadas na boca, garganta e/ou língua. Mau hálito e secura podem estar presentes; Vermelhidão e inchaço na garganta e boca; Desconforto ou dificuldade ao engolir, anormalidades no paladar; Feridas ou lesões.
Pele: Vermelhidão; Coceira; Ardência; Descamação, lesões e fissuras.
Genitais: Coceira; Ardência; Inchaço; Vermelhidão; Placas vermelhas ou esbranquiçadas; Corrimento vaginal esbranquiçado, leitoso ou com grumos; Dor durante a relação sexual.
“Em homens os sintomas podem ser um pouco diferentes, porém vermelhidão, placas esbranquiçadas, ardência e edema no local são frequentes. Na pele, eles também podem apresentar descamação”, indica Caroline Goretti, ginecologista da Casa de Saúde São José (RJ).
“Os sintomas são extremamente desagradáveis, porque atrapalham a sociabilidade, a sexualidade e o dia a dia da pessoa”, afirma a ginecologista do Salomão Zoppi.
Quando a pessoa tem quatro ou mais episódios em um ano, isso configura candidíase de repetição. Os sintomas são os mesmos dos episódios isolados.
Como é o diagnóstico?
Na maioria das vezes o diagnóstico é feito apenas pela avaliação clínica e pelos sintomas da paciente. Em alguns casos podem ser necessários exames complementares, como cultura de secreção ou avaliação de pH.
Na suspeita do quadro, é importante consultar um profissional da saúde para evitar que lesões ou infecções oportunistas apareçam, além de receber orientação adequada sobre prevenção e tratamento de casos recorrentes e/ou persistentes.
“Isso evita, inclusive, que candidíase e vaginose bacteriana, um quadro que requer tratamento diferente, se confundam”, aponta Caroline Goretti.
Além disso, sem o tratamento correto, uma candidíase simples, descreve a médica, pode evoluir para outras infecções secundárias e oportunistas, por exemplo, infecção urinária ou mesmo lesões de pele.
Tratamento da candidíase
O tratamento da infecção é feito com antifúngicos via oral e vaginal, por sete a 14 dias. “Se for cândida de repetição, o tratamento pode demorar mais e ser feito em conjunto entre o ginecologista e o imunologista”, diz Maria dos Anjos Neves Sampaio Chaves.
Antes de aderir a qualquer tipo de terapia, no entanto, o melhor é procurar um médico para um diagnóstico e orientação adequada. Essa medida pode evitar que os remédios sejam utilizados de forma incorreta, aumentando o risco de não curar a infecção ou causar outros problemas.
“O médico tem que examinar a paciente, para ver a pele, a cor da mucosa e o odor da região genital. Às vezes, a pessoa não tem cândida ou tem outra condição associada a ela”, alerta a ginecologista do Salomão Zoppi.
Tratamentos naturais e caseiros
Algumas terapias naturais são eficazes contra a infecção. “O banho de assento com chá de camomila realmente é bom. Só não pode adicionar açúcar. Parece um alerta bobo, mas isso já aconteceu muitas vezes. E a temperatura da água precisa ser fria”, orienta Maria dos Anjos Neves Sampaio Chaves.
Já o banho de assento com ácido bórico só deve ser realizado com prescrição médica. O uso de probióticos também é uma boa estratégia para equilibrar a flora bacteriana, mas eles devem ser utilizados sob orientação profissional.
No Ar: Pampa Na Tarde