Quarta-feira, 30 de Outubro de 2024

Home Ali Klemt Céu, sol, sul? Sim, e muito mais!

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Neste momento, estou em Madrid. Vim a convite de uma organização que promove a Espanha no exterior. Logo, a programação está intensa e inclui, entre outras coisas, as melhores opções de estadia, compras e gastronomia. Mais do que isso, porém, o que há de subliminar em todos esses programas e o que é a beleza da viagem é a cultura local. As trocas culturais são o que há de mais enriquecedor. O que aprendemos das formas diversas de vida, dos ritmos do dia, das prioridades das pessoas e das empresas, da cultura de um povo, enfim…

A importância de botar o pé na estrada vai muito, muito além daquela velha história de ir para o exterior para comprar. Isso é tão ultrapassado. A beleza de viajar é perceber que você é apenas mais um integrante desse imenso cosmo repleto de locais incríveis e aí compreender que, se assim o é, não somos melhores do que ninguém. Em tempos de intolerância, descobrir que o nosso umbigo não é o centro do mundo pode até doer, mas é extremamente necessário.

Quando fazemos o exercício de entender que, sim, viemos de histórias e bases distintas, é tão mais fácil aceitar as diferenças de comportamento. Por que o dia começa tão tarde? Ora, porque se permitem almoçar com calma e, eventualmente, tirar una siesta, o que significa que a noite se prolonga e dormem mais tarde. E o fato de isso não ser adequado para você não significa que não faça sentido. Não deveria ser assim sempre?

Em paralelo a esses devaneios de relacionamentos culturais, me pego pensando: temos que investir cada vez mais no turismo em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul. Abrir as portas da nossa casa e deixar entrar não só os turistas, mas tudo o que o mercado de turismo traz de bom: melhorias estruturais, fomento econômico, autoestima social.

Então, estou aqui, apenas uma “formiguinha atômica” nesse universo de possibilidades, fazendo o que dá e dizendo a todos: “Ei! Olhe para nós!”. Porque me é impossível estar aqui e não fazer a “ponte”, isto é, convidá-los a ir além do Carnaval do Rio de Janeiro, das praias do Ceará, da universalidade de São Paulo. Eu não aguento e passo repetindo: “Venha para o Sul”. E sinto, de verdade, que estamos em um momento que pode ser um divisor de águas para os gaúchos: a nossa “terrinha” passa a se tornar interessante. Temos que agarrar essa chance com todas as forças e sermos abertos para o mundo – e, sim, você pode ser gaúcho e bairrista, mas precisa admitir que, se somos tão maravilhosos como julgamos ser, precisamos que o mundo nos descubra.

Como seria lindo ver o mundo inteiro descobrindo a beleza de cavalgar ao pôr do sol dos Campos de Cima da Serra… desbravando o nosso Guaíba em um veleiro, ou as nossas cascatas e cachoeiras, ou as nossas grutas e cânions… se divertindo nas nossas praias (podemos não ter a beleza natural do mar, mas temos estrutura e charme para o ano inteiro)… tomando chocolate quente para descansar depois de atividades de lazer em Gramado… reenergizando-se no Vale do Quilombo… encantando-se com a qualidade da nossa moda autoral… se surpreendendo com a imponência das Missões… experimentando a nossa gastronomia, tomando um “chimas” e se deliciando com o nosso “churras”… finalizando os dias com os nossos vinhos e azeites… eu juro de dedinho que temos os melhores do Planeta Terra no nosso estado e troco qualquer champanhe por um espumante nosso. Ufa! Já são tantas opções e ainda há tantas mais que temo até mesmo ser injusta.

Esse nosso pedacinho de Brasil aqui do Sul, que tanta influência sofreu dos vizinhos castelhanos e que reúne esse mix de imigrantes europeus em um caldeirão cultural, mescla uma personalidade única com o sotaque mais lindo do mundo, o que resultou em uma cultura própria. Dizem até mesmo que temos as mulheres mais bonitas do país – ou melhor, diziam, porque isso já não é mais politicamente correto. Porém, é verdade mesmo; porque as gaúchas são femininas e trazem no DNA a “síndrome da prenda” – a gente forneceu a Gisele para o mundo, caramba!

Acho que estou fazendo a minha parte, mas é preciso que cada um faça a sua. Não basta ser bairrista: há que se valorizar, sim, as tradições, mas de olho no futuro, abrindo as janelas para permitir que os ares da modernidade arejem a nossa casa e abrindo as portas para que outros conheçam o nosso lar.

Ali Klemt – Comunicadora da Rede Pampa

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