Sábado, 23 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 21 de fevereiro de 2024
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o secretário de Estado do governo americano, Antony Blinken, conversaram sobre iniciativas para a paz na Faixa de Gaza e as eleições na Venezuela nessa quarta-feira (21), em Brasília (DF). A informação é da embaixada dos Estados Unidos. Lula e Blinken se reuniram por cerca de 2 horas no Palácio do Planalto. Representantes dos dois governos também estiveram presentes.
De acordo com informações da GloboNews, na reunião, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos também disse que discorda das declarações de Lula que dizem que há um genocídio em Gaza e que comparam a morte de palestinos em ataques israelenses ao Holocausto, o extermínio de judeus praticado pelo regime nazista alemão.
Após o encontro, a embaixada dos Estados Unidos divulgou um relatório sobre os principais pontos da conversa. Essa nota não cita as declarações de Blinken sobre as falas de Lula.
“O secretário discutiu o empenho dos EUA em relação ao conflito em Gaza, incluindo o trabalho urgente com parceiros para facilitar a libertação de todos os reféns e para aumentar a assistência humanitária e melhorar a proteção dos civis palestinos”, afirmou o informativo da embaixada.
Essa foi a única menção, segundo o governo norte-americano, sobre o conflito em Gaza. O encontro de Blinken e Lula ocorreu em meio à polêmica causada por uma fala do presidente no fim de semana. Em viagem oficial à Etiópia, Lula criticou a ação militar de Israel e comparou os ataques israelenses ao Holocausto perpetrado pelo regime nazista contra os judeus. A fala de Lula gerou indignação do governo de Israel, que exigiu desculpas do presidente.
Discordância
Uma fonte do Palácio do Planalto ouvida pela repórter Raquel Krahenbuhl, da GloboNews, disse que o tema da declaração de Lula sobre o Holocausto foi, sim, abordado.
Segundo essa fonte, Blinken abordou o assunto lembrando que o padrasto dele foi um sobrevivente da perseguição nazista. Lula ouviu os pontos do secretário de Estado.
Blinken também discordou da visão de Lula de que Israel comete genocídio em Gaza.
Uma alta autoridade do departamento de Estado norte-americano disse à repórter que Blinken deixou claro que não concorda com esses comentários de Lula.
Segundo essa fonte, Blinken disse também que o governo dos EUA trabalha para alcançar uma pausa humanitária nos conflitos em Gaza, aumentar a ajuda à população civil no território palestino e conseguir a libertação das dezenas de reféns que seguem em poder do Hamas.
Venezuela
Segundo o governo dos Estados Unidos, Blinken elogiou Lula pela postura do Brasil na crise entre Venezuela e Guiana.
No fim do ano passado, o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, realizou um plebiscito para ouvir a população sobre anexar a região de Essequibo, que pertence à Guiana. A área é rica em recursos minerais. A ação da Venezuela gerou tensão entre os dois países, que ficam na fronteira norte do Brasil.
O governo Lula buscou mediar o conflito e evitar uma escalada nas animosidades.
No plebiscito, a população venezuelana concordou com a inclusão de Essequibo como território do país, mas a região continua pertencendo à Guiana.
“O secretário Blinken elogiou o presidente Lula pelo papel do Brasil na desescalada das tensões entre a Guiana e a Venezuela sobre a região de Essequibo”, afirmou a embaixada.
A nota cita também as eleições na Venezuela, marcadas para este ano, e lembra que o regime de Maduro se comprometeu com um um pleito democrático e transparente, o que não aconteceu nas últimas disputas eleitorais na Venezuela, segundo órgãos internacionais.
“O secretário reforçou a nossa posição de que Nicolás Maduro deve retornar à implementação do acordo do roteiro eleitoral de Barbados para garantir eleições presidenciais competitivas em 2024.”
Depois de Brasília, Blinken foi para o Rio de Janeiro, onde chanceleres dos países do G20 se encontram nesta semana. O Brasil vai sediar encontro de cúpula do G20 em novembro. Neste giro pela América do Sul, Blinken também terá reunião com o presidente Javier Milei, na Argentina. As informações são do portal de notícias G1.
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