Domingo, 24 de Novembro de 2024

Home Mundo Chefe da ONU critica falta de ambição da COP29 após impasses e acordo de US$ 300 bilhões

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O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, criticou falta de ambição da COP29 tanto nas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa quanto na definição de um valor mais expressivo para apoiar países em desenvolvimento no combate às mudanças climáticas.

As críticas de Guterres foram divulgadas após os países concordarem em oferecer US$ 300 bi (R$ (1,7 trilhão) por ano para as chamadas “ações de mitigação”: medidas de adaptação às mudanças já causadas pelo aumento da temperatura global e preparação contra eventos extremos do clima (secas, tempestades e etc).

O acordo fechado na COP29 apenas sugere que os países devem alcançar, ao menos. US$ 1,3 trilhão (R$ 7,54 trilhões) até 2035, mas não explica como esse valor será arrecadado, se por doações, empréstimos ou investimentos privados.

“Esperava um resultado mais ambicioso – tanto no financiamento quanto na mitigação – para fazer frente ao grande desafio que enfrentamos”, declarou Guterres em nota, ao mesmo tempo, em que chamou “os governos para verem este acordo como uma [apenas uma] base [para mais avanços]”.

A COP29 é um evento que reúne governos do mundo inteiro, diplomatas, cientistas, membros da sociedade civil e diversas entidades privadas com o objetivo de debater e buscar soluções para a crise climática causada pelo homem.

O valor de US$ 300 bilhões foi US$ 50 bilhões (R$ 290 bilhões) maior do que o proposto no rascunho do texto, intitulado “COP das Finanças”. Entretanto, está muito aquém do US$ 1,3 trilhão pleiteado por países em desenvolvimento, incluindo a ministra do Meio Ambiente do Brasil.

A cúpula deveria ter sido encerrado na sexta-feira (22), mas foi prorrogada por um dia para que negociadores de quase 200 países tentassem chegar a um acordo sobre o plano de financiamento climático para a próxima década.

ONU cobra compromisso e ação

O acordo “deve ser cumprido por completo e a tempo”, acrescentou Guterres. “Os compromissos devem se tornar efetivos rapidamente. Todos os países devem se unir para o objetivo ser cumprido”, completou Guterres.

O chefe da ONU para o Clima, Simon Stiell, afirmou que “não é o momento de dar voltas da vitória”. “Nenhum país conseguiu o que queria, e vamos partir de Baku com uma montanha de trabalho ainda por fazer. Sendo assim, não é o momento de dar voltas da vitória”, afirmou Stiell

O resultado do acordo alcançado em Baku, no Azerbaijão, também foi recebido com decepção por entidades ambientais e países em desenvolvimento. O representante da Índia, por exemplo, se opôs à adoção do acordo, enquanto o da Bolívia disse que o documento “consagra a injustiça climática” e “consolida um sistema injusto”. A negociadora da Nigéria chamou o valor acordado de “piada”.

“Este objetivo não é o que esperávamos conseguir. Depois de anos de discussões, não é ambicioso para nós”, disse Evans Njewa, diplomata do Malauí e chefe do bloco de Países Menos Desenvolvidos.

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