Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 14 de dezembro de 2022
Cientistas nos Estados Unidos anunciaram a conquista de um avanço histórico na produção de energia nuclear. Desde os anos 1950, estudiosos sonham em reproduzir a nossa maior fonte de energia. Nesta semana, o governo americano anunciou que pesquisadores da Califórnia conseguiram simular, em laboratório, por alguns segundos, o processo que acontece dentro do Sol.
A fusão nuclear faz com que o Sol libere mais energia a cada segundo do que a gente consome no planeta Terra num ano inteiro. No laboratório nacional Lawrence Livermore, cientistas usaram o maior emissor de laser do mundo para gerar, pela primeira vez, energia por fusão nuclear.
Durante o experimento, 192 lasers convergiram para um alvo do tamanho de um grão de pimenta do reino. Eles aqueceram a mais de 3 milhões de graus Celsius essa cápsula com dois átomos de hidrogênio. Quando os átomos se fundiram, se transformaram em hélio e produziram mais energia do que gastaram para provocar a fusão nuclear.
“Essa descoberta da possibilidade de extrair energia de fusão nuclear realmente significa que estamos próximos de atingir o sonho da comunidade cientifica de obter uma forma de energia inesgotável e limpa”, explica a professora de Física da Universidade de Michigan Marcellle Soares Santos.
É importante explicar que a energia gerada por fusão nuclear é completamente diferente da energia gerada nas usinas nucleares. As usinas fazem a fissão nuclear, ou seja, átomos maiores são divididos em dois ou mais átomos menores. Já a energia gerada por fusão nuclear une dois ou mais átomos para criarem um maior.
Outra diferença entre esses processos é a quantidade de lixo radioativo gerado. Como sabemos, as usinas nucleares, hoje, geram muito resíduo. Já a fusão nuclear praticamente não cria lixo radioativo.
A expectativa dos cientistas é que essa tecnologia possa ser usada em larga escala no futuro, para substituir os combustíveis fósseis e criar eletricidade de forma ilimitada, sem emissão de carbono. O único problema é que até isso acontecer.
“A escala de tempo entre a descoberta em laboratório e a aplicação comercial desta tecnologia é grande. Se a gente quer realmente ter um futuro para as futuras gerações que seja sustentável, a gente realmente tem que investir em outras alternativas, e a fusão nuclear é um processo que pode ser a solução”, diz a cientista.
No Ar: Show de Notícias