Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 13 de abril de 2023
Para entender melhor as explosões solares, cientistas criaram uma simulação desses eventos em um laboratório. Eles descarregaram uma quantidade de energia em eletrodos duplos dentro de uma caixa de vácuo e observaram “loops” de plasma semelhantes aos observados no Sol.
Realizado no campus do Laboratories of Applied Physics da Caltech, o experimento foi relativamente simples: a equipe construiu uma câmara de vácuo com eletrodos duplos e carregou um capacitor com uma quantidade bem considerável de energia.
Em seguida, eles fizeram os experimentos descarregando energia com cerca de 10 microssegundos de duração e obtiveram loops de plasma com um comprimento de cerca de 20 cm e 1 cm de diâmetro.
A energia para cada um deles foi a mesma necessária para acender uma lâmpada de 100 watts por cerca de um minuto. Foi o suficiente para produzir loops idênticos aos que ocorrem no Sol – com a diferença que os loops em nossa estrela são algumas vezes maior que o planeta Terra.
Com uma câmera capaz de capturar 10 milhões de quadros por segundo, os cientistas tiveram material de sobra para estudar cada detalhe do evento, mesmo que durassem apenas alguns microssegundos.
Os autores do estudo perceberam que os loops são formados por muitos filamentos entrelaçados entre si, como uma corda é feita de tranças de fios individuais, que por sua fez são feitas com fios ainda mais finos. Essa estrutura parece importante para gerar partículas energéticas e rajadas de raios-X associadas a erupções solares.
No Sol, quando o plasma tenta passar por um loop na coroa (região da atmosfera solar com temperatura de mais de um milhão de graus Celsius), ele se torna instável e adquire uma forma espiral semelhante a um saca-rolhas e os fios individuais começam a quebrar. Cada fio quebrado sobrecarrega os restantes com mais tensão.
Quando um desses fios se partiu no experimento, a equipe notou um pico de voltagem negativa associada a uma explosão de raios-X. O campo elétrico desse pico acelerou as partículas carregadas a uma energia extrema e, no exato momento antes de desacelerar, raios-X foram emitidos.
Por fim, os pesquisadores compararam as imagens do experimento e compararam com dados reais de erupções solares. Com isso, eles demonstraram que a instabilidade de torção em forma de saca-rolhas observada na mini erupção era semelhante à criada no Sol.
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