Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024

Home Ciência Cientistas detectam explosão de raios gama mais brilhante já vista no espaço

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Os satélites da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, detectaram a mais brilhante explosão de raios gama no espaço.

A explosão de raios gama (também conhecida pela sigla GRB) ocorreu a dois bilhões de anos-luz da Terra e iluminou grande parte da galáxia. Imagens do raro e poderoso fenômeno cósmico mostram formas semelhantes a um halo (um círculo luminoso) e um “alvo”.

Um time de especialistas, que inclui acadêmicos da Universidade de Leicester, no Reino Unido, diz que esse GRB foi dez vezes mais brilhante do que qualquer outro detectado anteriormente.

Eles divulgaram uma análise detalhada da poderosa explosão, detectada em 9 de outubro de 2022.

A explosão, oficialmente nomeada de GRB 221009A, foi apelidada de BOAT – sigla para Brightest Of All Time, ou “A Mais Brilhante de Todos os Tempos” – por aqueles que trabalham em uma missão chamada Swift.

O astrônomo de raios X Phil Evans, que lidera o projeto Swift na Universidade de Leicester, no Reino Unido, disse que testemunhar o fenômeno “foi muita sorte”.

“Estimamos que eventos tão brilhantes ocorram aproximadamente uma vez a cada mil anos”, calcula.

“Ao estudar a evolução deste GRB incrivelmente brilhante em detalhes, podemos aprender muito sobre a física de uma onda de choque”, continua o especialista.

“Assim como a câmera lenta revela detalhes sobre o movimento, dividir nossos dados em pequenos pedaços de tempo nos permite ver como o GRB muda – e, a partir daí, aprendemos com isso.”

A equipe de pesquisadores detalhou que o Observatório Neil Gehrels Swift, um telescópio de satélite projetado para estudar os GRBs do espaço, foi inicialmente incapaz de observar a explosão porque a Terra estava obstruindo a visão dos equipamentos.

No entanto, 55 minutos depois, quando a órbita do satélite permitiu uma visão clara do GRB, os sistemas fizeram a detecção com sucesso e geraram as imagens.

O que são as explosões?

Explosões de raios gama são as mais violentas do Universo, liberando mais energia do que o Sol gera em 10 bilhões de anos;

Elas são resultado de explosões cataclísmicas de supernovas, à medida que estrelas massivas morrem;

O primeiro GRB foi detectado no final dos anos 1960 por um satélite que buscava violações soviéticas do tratado de proibição de testes nucleares. Desde então, milhares foram vistos por diferentes aparelhos.

O pesquisador Andy Beadmore, que também integra a equipe Swift da Universidade de Leicester, conta que “esses padrões não são apenas bonitos, mas também são úteis cientificamente”.

“Vimos uma quantidade significativa de poeira em nossa galáxia sendo iluminada pela intensa explosão de luz do GRB – a dois bilhões de anos-luz de distância – como uma tocha que brilha através de uma nuvem”, compara.

“Isso nos permite estudar a natureza e a composição do fenômeno”, explica Beadmore.

“O brilho deste GRB significa que podemos coletar dados muito melhores do que o normal e, assim, ir além dos modelos simples da física do GRB que normalmente usamos – eles simplesmente não conseguem explicar esses dados.”

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