Sexta-feira, 22 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 23 de junho de 2024
Cientistas acreditam que a próxima pandemia será causada por alguma variante de um vírus bem conhecido: o Influenza, causador da gripe. O alerta ocorre em meio ao avanço de cepas da gripe aviária, que apenas circulavam em aves, mas que têm se disseminado entre mamíferos como gados nos Estados Unidos. Nos casos esporádicos relatados em humanos, costumam ter uma alta letalidade, acima de 50%.
A expectativa de que uma versão do Influenza seja o patógeno mais provável de provocar uma nova crise sanitária faz parte de uma pesquisa conduzida com cientistas do Consórcio VACCELERATE, que reuniu especialistas de diferentes países para acelerar os estudos clínicos de doses contra a covid. Ela foi publicada na revista científica Travel Medicine and Infectious Disease e será apresentada na próxima semana durante o Congresso Global da Sociedade Europeia de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas (ESCMID), em Barcelona, na Espanha.
Foi coletado um total de 187 respostas de especialistas de 57 países. Os pesquisadores, com grande experiência em doenças infecciosas, foram solicitados a classificar diferentes agentes conforme o seu potencial pandêmico. O vírus da gripe foi o primeiro do ranking para 57% dos especialistas, e outros 17% o colocaram em segundo lugar.
“Todo inverno temos uma temporada de Influenza. Pode-se dizer que isso significa que todo inverno há pequenas pandemias. Elas são mais ou menos controladas porque as diferentes cepas não são suficientemente virulentas. No entanto, a cada estação, as cepas envolvidas mudam, e essa é a razão pela qual podemos contrair gripe várias vezes na vida, e as vacinas mudam ano a ano. Caso uma nova cepa se torne mais virulenta, esse controle pode ser perdido”, diz o principal autor do estudo, Salmanton-García, da Universidade de Colônia, na Alemanha, em comunicado.
Outros patógenos que foram destacados incluem a Doença X, nome utilizado para um microrganismo que ainda não foi descoberto, apontado por 21% dos cientistas como o de maior potencial pandêmico. Uma versão do SARS-CoV-2, vírus causador da Covid-19, ficou em terceiro lugar, com 8% dos pesquisadores acreditando que ele ainda tem o maior potencial de provocar uma nova pandemia.
Também foram citados o SARS-CoV original, que circulou em 2002 e 2003; o vírus da febre hemorrágica da Crimeia-Congo (vírus CCHF) e o Ebola. Já o Nipah, o henipavírus e o vírus da febre do Vale do Rift estavam entre os patógenos com a classificação mais baixa em termos de potencial pandêmico.
“O estudo revelou que a gripe, a doença X, o SARS-CoV-1, o SARS-CoV-2 e o vírus Ebola são os patógenos mais preocupantes em relação ao seu potencial pandêmico. Esses patógenos são caracterizados por sua transmissibilidade por meio de gotículas respiratórias e um histórico de surtos epidêmicos ou pandêmicos anteriores”, lembraram os cientistas no estudo.
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