Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024

Home Variedades Cinema crescerá 32% ao ano no Brasil, mas faturamento pré-pandemia só voltará em 2026

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Após passar pelo olho do furacão da covid, o setor do audiovisual brasileiro pode estar diante de uma oportunidade de crescimento a partir do ano que vem. Segundo dados de um estudo da consultoria PwC, o cinema nacional deverá registrar uma taxa anual de crescimento de 32,1% de 2022 a 2026, enquanto a estimativa de crescimento anual para o mercado de streaming é de 9,8%, no mesmo período.

Embora a pandemia tenha virado o setor de audiovisual de cabeça para baixo, e o cenário ainda seja marcado por incertezas em relação à sustentabilidade de novos modelos de negócios, o otimismo se justifica por uma combinação de perspectiva de aumento da demanda, capacidade de oferta de qualidade por uma cadeia diversificada de produção, a existência de um grande ator de mercado nacional, a Globo, e até a perspectiva de uma retomada das políticas públicas de incentivo, com a mudança do governo federal.

Mesmo com o crescimento anual projetado na Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia 2022-2026, da PwC, o cinema brasileiro voltaria aos níveis de antes da pandemia apenas em 2026, quando a receita da atividade chegaria a US$ 681 milhões (R$ 3,5 bilhões, pelo câmbio atual). Em 2022, essa receita deverá ficar em R$ 404 milhões (R$ 2,1 bilhões). Mesmo assim, para 2026, a PwC estima um total de 191 milhões de ingressos de cinema vendidos, abaixo dos 206 milhões de 2019.

No pós-pandemia, essa retomada se dará num mercado diferente. As plataformas de streaming, que experimentaram um boom na demanda em 2020, auge do isolamento social provocado pela covid, e em 2021, investiram bilhões para conquistar assinantes, o que inclui o aumento frenético da oferta de conteúdo. É uma demanda crescente para produtoras e distribuidoras de audiovisual.

Para Ricardo Queiroz, sócio da PwC Brasil, as oportunidades para a cadeia de negócios do setor de audiovisual no País surgirão no meio termo entre o roteiro de filme de catástrofe que se ensaiava com o vazio das salas de cinema em 2020, o que atrasou produções, filmagens e lançamentos, e a euforia dos investimentos aparentemente ilimitados das plataformas de streaming. O País disputa a posição de segundo ou terceiro maior mercado de streaming do mundo, disse o executivo.

O número de espectadores de cinema pode sofrer uma redução estrutural, que veio para ficar, mas isso não significa o fim das salas. Os grandes estúdios produtores de filmes chegaram a apostar em lançamentos simultâneos nos cinemas e nas plataformas de streaming. Novos atores, com destaque para a Netflix, apostaram suas fichas em produções de olho nas tradicionais premiações do cinema, como o Oscar. Agora, a estratégia dos lançamentos simultâneos parece estar sendo deixada de lado.

“As experiencias durante a pandemia nunca vão permitir que a gente volte a ser o que era. Aprendemos bastante coisa. Inclusive, que a experiencia presencial é insubstituível”, afirma Queiroz, ao explicar porque as plataformas de streaming talvez não consigam substituir totalmente a experiencia imersiva das salas de cinema.

Por outro lado, a combinação de mídia, entretenimento e tecnologia coloca em xeque o modelo de negócios dos estúdios de cinema e dos canais de televisão, mas não parece oferecer alternativas claramente sustentáveis. Não faltaram sinais de alerta recentemente. O relatório da PwC lembra que a Discovery desistiu de um investimento de US$ 300 milhões na CNN+, apenas três semanas após o lançamento.

E o alerta mais notório veio em abril deste ano, quando a Netflix anunciou que o número de assinantes da plataforma caiu em 200 mil no primeiro trimestre, a primeira queda em 11 anos. A empresa colocou a culpa no aperto dos orçamentos das famílias, por causa da disparada da inflação em todo o mundo, provocadas pela crise da covid e pela guerra na Ucrânia, mas as dúvidas pairam mesmo é sobre a capacidade de a receita com assinaturas ser suficiente para cobrir os elevados custos de produção e ainda sobrar lucros.

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