Segunda-feira, 06 de Janeiro de 2025

Home Economia Com dólar acima de R$ 6, estimativas de inflação para 2025 no Brasil sobem para 5% ao ano

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O começo de 2025 pode até enganar, com uma rara deflação em janeiro, mas o alívio deve ser pontual. As perspectivas para a inflação para esse ano pioraram nas últimas semanas, com o risco crescente de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique mais alto neste ano do que o de 2024, reforçando a percepção de que os juros deverão ficar elevados por mais tempo. O consenso mais recente do mercado aponta um IPCA de 4,9% em 2024 e de 4,96% neste ano, segundo as projeções coletadas no Boletim Focus, do Banco Central (BC). Apenas com as informações colhidas nos cinco dias anteriores à divulgação do boletim, a mediana para este ano já estava perto de 5,1%, bem acima da meta de 3%.

A mediana das projeções de 74 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor até 20 de dezembro indicava um IPCA de 4,9% em 2024 e de 4,7% em 2025. Com dados até 27 de dezembro, o boletim Focus, pesquisa do Banco Central com agentes financeiros, apontou medianas de 4,9% para 2024 e de 4,96% para 2025. Apenas com as informações colhidas nos últimos cinco dias até a divulgação, a mediana do Focus para 2025 já estava perto de 5,1%. Os dados oficiais de 2024 serão divulgados pelo IBGE no próximo dia 10.

Boa parte da esticada adicional nas projeções se deve à forte desvalorização do câmbio, fruto de fatores externos e, sobretudo, da incerteza fiscal. O dólar subiu 27% em 2024, para R$ 6,18. Ontem, caiu 0,28%, para R$ 6,1624. “A principal variável que vai com o risco Brasil é o câmbio, e o câmbio arrasta todo mundo”, diz Leonardo Costa, economista do ASA, que projeta inflação de 4,9% em 2024 e de 5,5% em 2025. O começo de 2025 pode até enganar, com uma rara deflação em janeiro, mas o alívio deve ser pontual. “O Brasil tinha tudo para ter uma inflação mais baixa em 2025, em torno de 3,9%. Mas o mercado está desancorando as expectativas, parte importante disso pelo receio em relação ao câmbio”, diz André Galhardo, economista-chefe da consultoria Análise Econômica, que projetava um IPCA para 2025 de 4,1% no começo de dezembro de 2024 e revisou para 4,7%.

O BTG Pactual prevê que o repasse cambial à inflação de bens industriais atinja o pico no segundo semestre de 2025, com a alta em 12 meses chegando a 4,3% em outubro e fechando 2025 em 4,2%, ante 2,8% esperados para 2024. A inflação de serviços também não deve dar alívio em 2025, mesmo com a desaceleração da atividade. O BTG Pactual vê a inflação de serviços passando de 5% em 2024 para 6,2% em 2025. Para o IPCA cheio, elevou a previsão de 4,8% para 5,5%. Nesse cenário, os juros continuarão em alta. O BC indicou que vai promover mais dois aumentos de 1 ponto percentual da Selic em janeiro e março, o que elevará a taxa para 14,25% ao ano. Para o mercado, a Selic terminará o ciclo em 15%.

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