Sexta-feira, 22 de Novembro de 2024

Home Cinema Comédias nacionais são aposta para reaquecer o mercado do cinema neste ano

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Quando as salas foram fechadas em decorrência da pandemia, em março de 2020, o cinema brasileiro viveu seu último grande sucesso, com “Minha mãe é uma peça 3”, estrelado por Paulo Gustavo e visto por 11,8 milhões de espectadores. Além de ratificar o ator, morto em maio do ano passado em decorrência da Covid-19, como um dos nomes fortes do audiovisual brasileiro, o desempenho também reforçou a importância da comédia para o mercado do país. Se o atípico 2021 não viu nenhuma delas entre os top 20, agora uma nova leva de filmes brasileiros de humor espera, com a ajuda do sucesso que o gênero costuma fazer, esquentar a retomada para a indústria nacional.

Ao longo de 2022, várias comédias brasileiras chegarão aos cinemas, como “O palestrante”, com Fábio Porchat e Dani Calabresa; “45 do segundo tempo”, com Tony Ramos, Cássio Gabus Mendes e Denise Fraga; “Bem-vinda a Quixeramobim”, com Edmilson Filho; “Uma pitada de sorte”, com Fabiana Karla; “Quatro amigas numa fria”, com Fernanda Paes Leme e Robson Nunes; “Os suburbanos”, com Rodrigo Sant’anna; “Partiu América”, com Matheus Ceará; e “Nas ondas da fé”, com Marcelo Adnet.

“Neste momento em que temos tantos desafios a enfrentar, entrar numa sala de cinema e assistir a um filme que traz um pouco de leveza nos ajuda a seguir”, defende Lázaro Ramos, protagonista de “Papai é pop”, com lançamento em agosto. “Dar uma gargalhada é ter um pouco mais de saúde. Nos meus momentos de maior dificuldade, eu dou um sorriso. E isso destrava traumas e facilita que eu encontre soluções pro meu dia seguinte.”

Frente a Hollywood

Entre 2011 e 2020, em sete oportunidades, o ranking de bilheteria nacional foi liderado por comédias. Nos três anos em que elas não ocuparam o topo, o mercado viveu circunstâncias bem específicas, que foram os lançamentos dos filmes religiosos “Os dez mandamentos” (2016), “Nada a perder – Parte 1” (2018) e “Nada a perder – Parte 2” (2019), sobre os quais paira desconfiança em razão da distribuição de ingressos e registro de sessões vazias com bilheteria esgotada. Nesses três anos, comédias ocuparam a segunda posição no ranking de venda de ingressos, confirmando seu virtual predomínio. E não é só entre os filmes nacionais que o gênero se destaca. Em 2020, “Minha mãe é uma peça 3” foi o longa mais assistido do ano, com 9,2 milhões de espectadores – a bilheteria total inclui ainda os 2,6 milhões de ingressos vendidos em 2019.

“A comédia foi a primeiro a conseguir bater de igual para igual com os famosos gêneros de Hollywood, com os filmes americanos. É algo que começa com “Se eu fosse você” (2006) e vem até hoje, não foi de uma hora para a outra, foi construído. É interessante ver um filme como “Minha mãe é uma peça 3” (2019), lançado em plenas férias, batendo de frente com uma animação como ‘Frozen 2′”, argumenta Marcelo J. L. Lima, CEO da Tonks, editora do Portal Exibidor.

Nos últimos 20 anos, filmes como “Minha mãe é uma peça” (2013), “De pernas pro ar” (2010), “Até que a sorte nos separe” (2012), “Cine Holliúdy” (2012), “Os homens são de Marte…. E é pra lá que eu vou” (2014), “Meu passado me condena” (2013) e “Se eu fosse você” (2006) foram hits de bilheteria e renderam continuações. Num momento em que o mercado cinematográfico busca se reaquecer, a comédia pode ser um dos trunfos mais importantes.

“Acho a comédia essencial para o aquecimento do mercado e principalmente para a volta do público aos cinemas. O humor sempre é uma salvação em épocas de crise”, diz Ingrid Guimarães, que chega aos cinemas em dezembro com a comédia “Minha irmã e eu”, ao lado de Tatá Werneck, e também trabalha na sequência de “Fala sério, mãe”, com Larissa Manoela.

Continuação de sucesso de 2016, “Tô ryca 2” entra em cartaz nesta quinta-feira com o retorno de Samantha Schmütz como Selminha, que, após ficar rica de forma inesperada no primeiro filme, agora perde todo seu dinheiro. A produção da Globo Filmes estreia em aproximadamente 700 salas.

“Estamos precisando muito de injeções de alegria, da sensação que a gargalhada proporciona”, diz Schmütz, destacando que o gênero é um dos poucos que consegue mostrar força diante do domínio do cinema internacional. — Consegue ocupar mais salas, dar uma desafogada neste sufocamento.

Desligar da realidade

Responsável pelo lançamento da trilogia “Minha mãe é uma peça” com a Downtown Filmes, a Paris Filmes se estabeleceu como distribuidora com uma atenção especial para o humor.

“A comédia tem o dom de despertar algo bom dentro das pessoas. Em um momento tão difícil quanto a pandemia, trazer o riso para os cinemas é trazer um momento para o espectador desligar da realidade dura que encontra nos noticiários”, diz Marcio Fraccaroli, CEO da Paris, que, no entanto, fala sobre as dificuldades enfrentadas pelo setor.

“Os projetos nacionais ainda estão com números menores na retomada, mas temos grandes produções para os próximos meses e acreditamos no crescimento desse mercado diante da conscientização da população e do avanço da vacinação para novos grupos etários.”

Alguns atores participarão de mais de uma comédia ao longo dos próximos meses. Em cartaz com “Juntos e enrolados”, Cacau Protásio também está no elenco de “Barraco de família”. Já Cleo chega às telas com “Me tira da mira” e “Vovó Ninja”. A atriz contracena com o pai, Fábio Júnior, e o irmão, Fiuk, no primeiro filme, e com a mãe, Gloria Pires, no segundo.

“Estar com Cleo em cena, interpretando mãe e filha, foi a cereja do bolo. Ela tem um senso de humor delicioso, nos divertimos e nos emocionamos muito nas cenas”, conta Gloria Pires, que também está no elenco da comédia “Desapega”.

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