Sexta-feira, 22 de Novembro de 2024

Home Viagem e Turismo Companhia aérea japonesa vai alugar roupas para os passageiros

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Muitos viajantes ocasionalmente resolveram se tornar pessoas que carregam malas mais leves, o que é o melhor para alcançar o estilo de vida descomplicado daqueles que deslizam por um aeroporto com nada mais do que uma bagagem de mão. Mas e se os viajantes pudessem levar quase nada?

Essa é a ideia por trás de um novo programa de aluguel de roupas da Japan Airlines. Os passageiros com destino ao Japão já podem reservar roupas que serão entregues em suas acomodações na chegada, criando uma “experiência de viagem com bagagem mínima”, disse a companhia aérea em um comunicado. A Sumitomo, uma das maiores empresas de comércio do Japão, será responsável pela aquisição, lavagem e entrega dos itens, que serão provenientes de excesso de estoque e de roupas usadas.

O programa “Any Wear, Anywhere” (“Qualquer roupa, em qualquer lugar”, em tradução livre) busca aliviar a carga dos passageiros – e dos aviões. A Japan Airlines planeja monitorar as mudanças no peso da bagagem despachada dos passageiros e estudar como isso afeta as emissões de carbono das aeronaves durante o teste de 14 meses.

O programa oferece roupas em tamanhos de pequeno a extra grande e em estilos denominados “casual” e “smart casual”, estilo um pouco mais formal. Um conjunto de roupas femininas “smart casual” inclui um casaco preto, três suéteres, duas blusas, dois pares de calças largas e uma saia. Um homem que procura o básico casual de inverno poderia pedir um pacote com uma jaqueta puffer, dois suéteres, dois pares de calças e um moletom. Os preços começam em cerca de US$ 28.

O teste é a mais recente de muitas iniciativas ecológicas adotadas por companhias aéreas que buscam uma imagem amigável do clima, apesar dos altos níveis de emissão da indústria. Grandes companhias fizeram promessas de mudar para combustível de aviação sustentável e o Japão planeja exigir que 10% do combustível usado em voos internacionais seja sustentável, informou recentemente o jornal Nikkei.

Eles também lançaram programas de compensação de carbono, que foram criticados por especialistas. E houve esforços menores, como a Air New Zealand oferecendo aos passageiros xícaras de café comestíveis na tentativa de reduzir o desperdício.

O programa da Japan Airlines parece uma evolução natural da “economia compartilhada”. As pessoas se acostumaram a dividir passeios, casas, espaços de trabalho, barcos e até piscinas. Para o passageiro pragmático, não ter que ponderar se deve levar um suéter volumoso ou ficar sem nada para fazer na esteira de bagagens pode parecer utópico.

Ainda assim, resta saber se os viajantes preocupados com fotos do século XXI confiarão em uma empresa estrangeira com suas escolhas de vestuário para uma viagem inteira. E, se confiarem, não está claro como isso afetará a pegada de carbono da indústria da aviação, que os pesquisadores dizem ser responsável por 3,5% das mudanças climáticas induzidas pelo homem.

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