Sábado, 23 de Novembro de 2024

Home em foco Confira dicas para deixar seu celular mais seguro e evitar roubos com o Pix

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Relatos de pessoas que têm o celular roubado e, pouco depois, descobrem que os aplicativos de banco foram invadidos se multiplicam pelas redes. Os altos valores desviados por meio do Pix, ferramenta de pagamento instantâneo, assustam. Desde que o serviço se popularizou no País, os roubos e furtos de celular passaram a ser seguidos de uma “corrida contra o tempo” para que as vítimas bloqueiem os aplicativos de banco o quanto antes.

Caso não consigam, quadrilhas têm se especializado em destravar o aparelho e invadir contas bancárias, multiplicando o prejuízo de quem já não tem mais o celular em mãos.

A sensação é que o risco de ter o dinheiro desviado da conta está próximo, mas há medidas que podem ser implementadas no smartphone para diminuir as chances disso ocorrer.

Para Christian Perrone, head de Direito e Govtech do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS-Rio), não existe uma bala de prata para ficar invulnerável contra fraudes. “O que tem são soluções de mitigação, que dependem do perfil da pessoa”, explica ele. Uma delas, que não é das mais acessíveis, é a adoção celular reserva somente para usar o Pix, estratégia que tem ganhado força.

Veja, a seguir, dicas avançadas de especialistas para tornar seu celular mais seguro.

Celular reserva

Diante da alta de roubos, as pessoas têm adotado um celular reserva, normalmente um modelo mais antigo, só para acessar aplicativos de banco. A medida é bem vista por especialistas em segurança digital, mas não é tão acessível e também requer cuidados. “Muitas vezes, se as pessoas acabam sabendo disso, você coloca sua casa em maior risco”, alerta Perrone, que reforça ainda a necessidade de empregar outras medidas de segurança para proteger o celular que fica em casa.

Ao mesmo tempo, o especialista entende que a adoção de um celular reserva focado no Pix pode fazer o usuário perder a praticidade no dia a dia. Caso um aparelho seja mantido em casa com os principais aplicativos de bancos, a orientação é que no dispositivo principal, levado às ruas, seja mantido ao menos um aplicativo de instituição financeira, com bloqueio de empréstimos e limite baixo para transferências.

Autenticação 

Quando os roubos por Pix começaram a ganhar repercussão, muito se falou sobre a autenticação em duas etapas. Essa medida, de fato, é importante, mas alguns pontos devem ser observados para que ela seja efetiva. “É importante, se possível, não utilizar essa verificação via mensagem ou via um e-mail que esteja logado no celular”, explica Perrone.

O caminho ideal para configurar a autenticação em dois fatores é por um e-mail que seja acessado por meio de um outro dispositivo, como um computador que fica em casa, ou que esteja ao menos protegido por algum aplicativo no celular que confere uma camada maior de proteção. Outra alternativa é usar soluções específicas para validar a autenticação em duas etapas, como o Google Authenticator e o Microsoft Authenticator.

Soluções nativas

O gerente de projetos da Safernet, Guilherme Alves, reforça que há também soluções de segurança nativas dos celulares que podem ser exploradas pelos usuários. Além de alternativas para ocultar aplicativos de banco no menu do aparelho, ele explica que alguns telefones possuem a opção de impedir o usuário de desligar o wi-fi ou o 3G enquanto o telefone está com a tela bloqueada, o que pode ser útil se o aparelho eventualmente for roubado.

“A primeira coisa que a pessoa que roubar aquele telefone vai fazer é impedir que tenha conexão com a rede”, explica ele. Nesse caso, se o criminoso não conseguir fazer isso, ele pode preferir manter o celular desligado – o que evita que os usuários monitorem a localização por aplicativos instalados previamente, como o Cerberus. Isso poderia retardar ou mesmo impedir a invasão dos aplicativos de banco.

Senhas alfanuméricas

Outro ponto importante, reforça Alves, é empregar os mecanismos padrão de proteção. “Usar uma senha forte, preferencialmente alfanumérica, e o sensor biométrico e de face, se o celular tiver, são mecanismos seguros e que ajudam no dia a dia”, reforça o especialista da Safernet. As senhas, no entanto, não devem ser salvas em blocos de nota ou aplicativos desguarnecidos no celular.

Como precaução, o especialista destaca ainda que pode ser prudente repensar se é necessário manter todos os aplicativos de banco no telefone. “Às vezes, a gente tem várias contas, mas precisa só de uma para o dia a dia. Então, deixar ativados só os aplicativos que forem estritamente necessários pode acabar fazendo uma diferença grande”, acrescenta.

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