Sexta-feira, 27 de Setembro de 2024

Home em foco Conflito no Oriente Médio: avanço de Israel torna futuro do Hezbollah incerto

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Partes do sul do Líbano são ruínas fumegantes. As rodovias estão entupidas por milhares de pessoas fugindo da possibilidade de uma guerra ainda maior entre Israel e a milícia xiita Hezbollah. Enquanto as cidades e os vilarejos se preparavam para os funerais na terça-feira (24) das vítimas dos combates na segunda-feira (23), o Líbano estava apenas começando a lidar com as consequências de seu dia mais letal em décadas.

Alguns especialistas em Hezbollah sugeriram que os recentes ataques de Israel debilitaram amplamente o grupo, deixando seus membros desorganizados. “Eles não têm opções”, disse Hilal Khashan, professor de ciências políticas da Universidade Americana de Beirute e autor de um livro sobre o Hezbollah. “Israel desarmou o Hezbollah.”

Os ataques ocorridos desde a semana passada atingiram duramente tanto a liderança do Hezbollah quanto seus combatentes, ao mesmo tempo que prejudicaram seriamente sua capacidade de se comunicar e coordenar uma retaliação em grande escala, disse Khashan. “Agora, o Hezbollah está sem cabeça. Israel eliminou a liderança do grupo, de modo que os soldados rasos estão perdidos.”

Outros especialistas reconheceram a gravidade dos golpes, mas foram mais cautelosos, citando seus grandes estoques de armas e seu histórico de adaptação para enfrentar as Forças Armadas de Israel, que são muito mais avançadas.

Histórico

O Hezbollah foi formado com a ajuda do Irã na década de 80 para combater a ocupação israelense do sul do Líbano, que terminou em 2000. Nos anos seguintes, tornou-se um importante ator político no Líbano e a força militar mais poderosa do país.

O grupo lançou ataques pela fronteira contra Israel após o início da guerra em Gaza, em outubro, em solidariedade ao Hamas, que também é apoiado pelo Irã. Israel respondeu atacando as instalações do Hezbollah no Líbano, mas, durante muitos meses, os dois lados se esforçaram para manter a batalha confinada principalmente à área da fronteira.

Um diplomata com conhecimento das conversações destinadas a conter a violência, que falou sob condição de anonimato, disse que Israel estava exigindo que o Hezbollah concordasse com um cessar-fogo ao longo da fronteira entre Líbano e Israel, independentemente do que acontecesse na guerra em Gaza, e que afastasse suas forças e armas da fronteira.

Joseph Daher, que leciona na Universidade de Lausanne, na Suíça, e escreveu um livro sobre o Hezbollah, disse que Israel aumentou muito a pressão, mas que era improvável que o Hezbollah concordasse com suas exigências.

“Isso exerce pressão política e social sobre o Hezbollah, mas fará com que o Hezbollah separe a frente de Gaza da frente libanesa? Acho que não”, disse ele. “Nem fará com que o Hezbollah retire suas capacidades militares da área de fronteira.”

Até agora, pelo menos, o Hezbollah não parece ter mudado sua estratégia de tentar evitar uma guerra total, disse Daher. “Já estamos em uma forma de guerra, mas eles não querem uma guerra total com Israel”, disse. “É por isso que eles estão mantendo uma reação calculada e, até certo ponto, moderada, embora intensificando ataques contra Israel, como visto no fim de semana.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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