Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 27 de março de 2023
Uma imagem do Papa Francisco vestindo uma jaqueta puffer branca deu o que falar nas redes sociais nesse fim de semana. Muitos internautas – e até veículos tradicionais, como a Vogue – acreditaram que se tratava de um novo estilo adotado pelo pontífice. A imagem trata-se, no entanto, de um deepfake. Uma espécie de conteúdo sintético criado a partir da inteligência artificial – nesse caso, por meio da plataforma Midjourney, ferramenta que gera ilustrações realistas a partir de descrições.
A imagem do Papa Francisco foi criada pelo artista Pablo Xavier, de 30 anos, no Midjourney. Pablo começou a criar no ano passado artes de personagens famosos vestindo peças fashionistas de streetwear, como o Papa Francisco, Joe Biden, Oprah Winfrey, Barack Obama e Donald Trump.
O uso de inteligência artificial para criação de textos e imagens se popularizou nos últimos meses com a chegada de plataformas generativas hiperrealistas, como Dall-E, Stable Diffusion e o Midjourney. Este último pertence a uma startup de mesmo nome criada por um laboratório de pesquisa independente com sede em San Francisco, nos Estados Unidos.
O Midjourney foi criado por David Holz, cofundador da Leap Motion. O laboratório conta com onze funcionários trabalhando em tempo integral e um conselho formado por quatro renomados consultores. Entre eles estão engenheiros do Vale do Silício – incluindo o CEO do GitHub, o fundador do The Second Life, o criador do Avid Technology e um executivo com passagens pela Apple, Tesla e Intel.
“Somos uma pequena equipe autofinanciada focada em design, infraestrutura humana e IA”, informa a startup. Segundo o site da empresa, o Midjourney “explora novos meios de pensamento e expande os poderes imaginativos da espécie humana”.
A preocupação com direitos autorais e a origem dos dados utilizados para a geração de imagens costumam rondar as plataformas de inteligência artificial generativa.
Em entrevista à Forbes, David Holz afirmou que a plataforma utiliza conjuntos de dados abertos, mas admitiu que não recebeu consentimento dos criadores da arte em que o modelo foi treinado. Holz também disse que espera poder oferecer aos artistas no futuro a opção deles recusarem o uso de suas imagens para geração de novos conteúdos visuais.
No Ar: Show de Notícias