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Por Redação Rádio Pampa | 19 de julho de 2022
Uma espécie de peixe chamada lumpfish (Cyclopterus lumpus) chamou a atenção das redes sociais ao brilhar sob a luz UV e chegou a protagonizar um estudo publicado recentemente na revista científica Journal of Fish Biology. O artigo destaca que o peixe usa biofluorescência para se comunicar.
A biofluorescência é um fenômeno que ocorre quando o ser vivo absorve raios ultravioleta, geralmente invisíveis para as pessoas, e os reemite como cores visíveis. No entanto, a habilidade não deve ser confundida com a bioluminescência, na qual os animais produzem sua própria luz por meio de uma reação química.
Essa espécie de peixe vive no Oceano Atlântico e em partes do Oceano Ártico, podendo ser encontrada em uma variedade de cores, que mudam à medida que envelhece. No artigo em questão, os cientistas acreditam ter identificado a verdadeira cor do peixe: verde fluorescente.
Os especialistas ressaltam, ainda, que muitas espécies têm filtros especiais em suas córneas que lhes permitem ver a biofluorescência sem a ajuda da luz UV. A teoria é que os lumpfish estejam equipados com esses filtros, o que permitiria sinalizar para sua própria espécie e mesmo assim se esconder dos predadores.
Outra teoria é que o peixe também pode usar sua biofluorescência para atrair presas, mas o mais provável, conforme reconhecem os próprios autores do estudo, é que a habilidade seja utilizada principalmente para comunicação.
Quando filhotes, os peixes da espécie podem ter quase qualquer cor do arco-íris. Quando juvenis, a cor de sua “pele” passa a combinar com o ambiente, ajudando a escondê-los dos predadores. Mas quando atingem a idade adulta, os lumpfish desenvolvem uma “pele” cinza pálida a azul clara que muda durante a época de reprodução, quando os machos ficam vermelho-alaranjado e as fêmeas ficam azul-esverdeadas.
Como e por que a biofluorescência evoluiu em lumpfish ainda permanece um mistério, mas o artigo já forneceu algumas respostas a questões que há décadas eram procuradas. Esse um primeiro passo rumo à compreensão das habilidades desse fascinante animal.
Groenlândia
No ano passado, após passarem horas mergulhando nas águas geladas da Groenlândia, uma dupla de cientistas do Museu Americano de História Natural, nos Estados Unidos, flagrou, pela primeira vez, o fenômeno da biofluorescência em uma espécie de peixe no Ártico.
A pesquisa descrevia dois exemplares de peixe-caracol (Liparis gibbus) capazes de absorver certos comprimentos de onda de luz e refleti-los de volta com uma cor diferente. No caso, as criaturas incomuns reluzem em não apenas uma, mas duas cores: vermelho e verde.
No Ar: Pampa Na Madrugada