Quinta-feira, 28 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 16 de dezembro de 2023
A grande incidência de dores nas costas motivadas por doenças degenerativas na coluna vertebral culminam num problema de saúde pública cada vez maior, impactando diretamente na vida produtiva do paciente e na economia do país e do mundo. Essa manifestação clínica constitui uma das maiores causas de afastamento do trabalho e de pagamento de benefícios concedidos pelo INSS, além do aumento exponencial na sinistralidade dos planos de saúde e, por conseguinte, nos preços dos mesmos refletindo diretamente no alto custo que é repassado para a população.
Apesar de a dor ser algo subjetivo, apresentando-se de maneira diferente em cada indivíduo e dependendo de uma complexa interação de fatores biopsicossociais, na imensa maioria das vezes, quando se trata de dor nas costas, esta é causada por doenças degenerativas na coluna vertebral, em qualquer um dos seus segmentos, seja dorsal, cervical ou lombar — onde são mais comuns e estão relacionadas de maneira direta ao mal uso da “máquina” (o corpo humano), sendo, portanto, perfeitamente passíveis de prevenção, desde que diagnosticadas em tempo hábil.
Assim, elenco aqui os primeiros sinais emitidos pelo seu corpo, indicativos de que a saúde da sua coluna não vai bem, mas que não costumam ser interpretados pela população como problema ou alerta. Uma vez que são muito sutis e inconscientemente ligados a acontecimentos corriqueiros, como, por exemplo, o “mau jeito”, o torcicolo, a fisgada, a sensação de peso nas costas, a sensação de tensionamento no pescoço, a necessidade de alongar o pescoço ou as costas com uma frequência, entre outros sinais frequentemente atribuídos a causas pontuais, como “o travesseiro não está bom”, “o colchão está velho”, “fiquei muito tempo na mesma posição”, “ao me abaixar, fisgou minha coluna”, “ dormi de mau jeito”, “levantei rápido da cama e travei”, “meu cachorro me puxou e senti uma pontada na coluna”, “tropecei e senti uma pontada nas costas”, “fiquei muito tempo no computador e o pescoço ficou duro”, “maratonei uma série e saí da cama travada”.
Os exemplos acima são os que mais escutamos em nossos consultórios e estão incrustados na mente das pessoas de tal maneira que chega a ser difícil para nós especialistas, convencê-las de que não existe “mau jeito”, de que dor, desconforto ou tensionamento muscular é um aviso do seu corpo de que algo não está bem.
Todas essas “desculpas” atribuídas a eventos específicos ou culpados pontuais, na verdade, são sinais de que a saúde da sua coluna não está boa. Contudo, como são sintomas passageiros, não são interpretados como doença. Caso fossem interpretados como tal e, nessa fase da enfermidade, recorressem a um especialista que detectasse a real causa dos sintomas, e uma vez que o paciente, ciente da sua condição, seguisse as orientações deste especialista, evitaríamos a progressão da enfermidade degenerativa. Isso resultaria, a médio e longo prazo, em menor número de procedimentos, cirurgias, afastamentos das atividades e melhoria da qualidade de vida.
Talvez isso seja interpretado como algo utópico, pois não é fácil manter a saúde da nossa coluna e articulações, dado o dano constante que o estilo de vida moderno proporciona. Porém, só podemos corrigir o percurso de uma doença progressiva quando temos conhecimento de que a mesma existe, e a partir daí tomarmos providências para que essa doença não traga maiores consequências futuras, que poderia ter como desfecho, até mesmo sequelas neurológicas graves que podem ser irreversíveis.
A prevenção é a maneira mais fácil, simples e barata de solucionar os grandes problemas de saúde e, como efeito, evitar a formação e a propagação de uma geração de incapazes funcionais.
No Ar: Pampa Na Madrugada