Domingo, 24 de Novembro de 2024

Home em foco Coronel do Exército indiciado pela Polícia Federal recebeu honraria de Lula

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Um dos militares indiciados pela Polícia Federal (PF) por tentativa de golpe de Estado recebeu uma condecoração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em novembro do ano passado. O coronel Fabrício Moreira Bastos foi condecorado com a Ordem do Rio Branco no grau comendador, o terceiro dos cinco graus da honraria.

A ordem reconhece serviços “meritórios e virtudes cívicas, estimular a prática de ações e feitos dignos de honrosa menção”. Ele é um dos 24 militares citados no relatório da PF que está nas mãos do Supremo Tribunal Federal (STF). A condecoração, oferecida pelo Ministério das Relações Exteriores, reconheceu o desempenho do militar após a eclosão da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

Ele foi considerado determinante para a execução da missão de repatriação de brasileiros. O coronel Bastos é adido na Embaixada do Brasil em Tel-Aviv – o representante oficial das Forças Armadas do País em território israelense, atuando como elo entre os dois países em assuntos relacionados à defesa, segurança e cooperação militar. O oficial deveria ficar até 30 de junho de 2025 no posto, mas a expectativa é de que volte antes ao País para preparar sua defesa.

Na ocasião, o presidente Lula também condecorou o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito da tentativa de golpe no Supremo Tribunal Federal, na Ordem Rio Branco no grau de Grão-Mestre, o mais alto.

Coronel Bastos teria supostamente envolvimento com uma carta com teor golpista. O relatório final da PF, porém, ainda está sob sigilo. A inclusão dele entre os indiciados surpreendeu integrantes do Exército.

Segundo informações do Diário Oficial da União, o militar deveria ficar até 30 de junho de 2025 no posto de adido de Defesa em Tel Aviv. O indiciamento de coronel Bastos e do general Nilton Rodrigues Diniz são os que causaram maior surpresa no Exército. O alerta só foi ligado na Força quando há cerca dos quinze dias foram intimados a prestar depoimento.

O oficial deveria ficar até 30 de junho de 2025 no posto, mas a expectativa é que ele retorne antes ao País para preparar sua defesa. Ele é apontado pela PF como um dos envolvidos na redação da “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro”, manifesto assinado por 37 militares e considerado pelo comandante da Força Terrestre na época de sua divulgação, general Marco Antônio Freire Gomes, como uma pressão para que a instituição aderisse à tentativa de golpe.

Mais militares

Além do coronel, outros 24 militares são citados no documento encaminhado pela PF ao Supremo Tribunal Federal (STF). Dentre eles, estão os generais do Exército Augusto Heleno (ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional), Braga Netto (ex-ministro da Defesa e vice de Bolsonaro na chapa derrotada em 2022), Paulo Sérgio Nogueira (ex-comandante do Exército) e Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira (ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército).

Também constam na lista o ex-comandante da Marinha almirante de esquadra Almir Garnier Santos, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro tenente-coronel Mauro Cid e três dos quatro militares presos por tramarem o assassinato de Lula, do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do STF: o general de brigada da reserva Mário Fernandes e os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima e Rafael Martins.

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