Quinta-feira, 28 de Novembro de 2024

Home Você viu? Cosmonauta russo filma Amazônia brasileira do espaço ao som de Jorge Ben Jor

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O cosmonauta russo Oleg Artemiev filmou do espaço, nesta quarta-feira (24), a Amazônia e, ao fundo, colocou para tocar a música “Mas que nada”, de Jorge Ben Jor. O vídeo foi publicado na rede social dele e chamou a atenção dos brasileiros.

Na publicação, escreveu sobre a mistura de cores do Brasil vista a bordo da Estação Espacial Internacional: o azul do oceano, as águas turvas do Rio Amazonas e até o verde das áreas florestadas. Seguidores agradeceram e chegaram a comentar que esperavam muito por este momento.

O que o russo gravou do espaço é o Arquipélago do Bailique, que pertence à Macapá e fica na costa do Amapá, na Foz do Rio Amazonas com outros afluentes, numa região onde ocorre, mais ao Leste, o encontro com o Oceano Atlântico.

O meteorologista Jefferson Vilhena, do Núcleo de Hidrometeorologia e Energias Renováveis do Amapá (NHMet), explicou o conjunto de ilhas que formam a região. “Ele apresenta a costa do Amapá, parte do Brasil e da Guiana Francesa, e dá um foco exatamente no Arquipélago do Bailique. Essa imagem aqui está de ‘cabeça para baixo’, é possível ver o Bailique, o Rio Araguari pelo lado, e as ilhas principais onde ficam as comunidades da Macedônia e da Vila Progresso”, comentou.

Bailique

Isolado e habitado, o arquipélago proporciona um contato com a floresta nativa. É dela que sai a produção do primeiro açaizal certificado do mundo, fruto colhido e exportado pelos próprios moradores da região.

É ainda onde tem ocorrência de pororoca e onde fica a Reserva Biológica do Parazinho, área de desova de animais aquáticos e até marinhos. Em 2018, os moradores acharam a primeira baleia-jubarte encalhada na costa amapaense, mas já estava morta.

A ossada é preparada para ser exposta em Macapá. Em 2021, outra baleia, uma cachalote, foi localizada também morta no arquipélago.

Por outro lado, não é possível perceber parte do sofrimento da população que vive ali. Lá existe o problema do acesso à água potável no verão amazônico, por meio do avanço do mar para o continente.

É ainda uma região que sofre com o fenômeno das terras caídas, que compromete, com o passar dos anos, diversas estruturas como a principal escola do Bailique e a rede elétrica. Energia também é um problema. Em função da distância da capital, a região sofre com constantes períodos de falta do fornecimento do serviço.

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