Sábado, 23 de Novembro de 2024

Home Você viu? Cursos para ajudar a viajar com milhas viram mania; veja dicas

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Como acumular um milhão de milhas em um ano. Como voar de executiva sem pagar. Como viajar mais de uma vez por ano só com pontos. Basta uma corrida de tela no Instagram para os olhos toparem com frases assim. A nova onda são os cursos para aprender a juntar milhas, organizados por quem viaja muito e adora esse jogo de estratégia, repleto de matemática.

E, para te ajudar, o Viagem conversou com esses especialistas para compartilharem algumas das suas dicas. “Você não precisa de 1 milhão de milhas para viajar. Acaba sendo mais um marco”, afirma Renata Ribeiro, criadora do curso Milhas para Viajar. Ela conta que, como os sites das companhias têm as informações soltas, os especialistas reúnem tudo num só lugar. “O que a gente faz é traduzir para as pessoas, é isso o que a gente vende nos cursos: como buscar a passagem, como emitir na executiva… A gente vende não só a informação, mas a estratégia.”

Quem se matricula nesses cursos – à vista, entre R$ 597 e R$ 2.997 – tem acesso a grupos no Whatsapp ou no Telegram sobre novidades. No entanto, não é preciso pagar para aprender o básico: há explicações gratuitas em publicações no Youtube e no Instagram.

Economia

“Comecei a fazer cursos para baratear as minhas viagens. Queria viajar mais e não tinha dinheiro”, conta Joyce Rossi. A psicóloga fez o primeiro curso em 2020 e o Milhas Fora da Caixa, de Augusto Muraoka, em 2021. A decisão de estudar deu certo. “No ano passado, fiz uma viagem por mês, a minha meta. Todas emitidas com milhas. A maioria dos hotéis foi pelo programa da Accor, que tem alguns restaurantes que aceitam os pontos”, conta Joyce, referindo-se ao ALL – Accor Live Limitless.

Autor do livro O Mapa para Acumular 1 Milhão de Milhas e do curso Fábrica de Milhas, Rodrigo Góes ressalta que elas geram economia nas viagens e no dia a dia. “Você pode usar para aluguel de carro, compra de ingressos de shows, combustível ou créditos no Uber”, afirma. “Tem milhas sobrando e precisa de uma renda extra? Venda, elas são um ativo financeiro. Use isso a seu favor.”

Mas a indicação dos experts é mesmo focar o resgate de passagem e hospedagem, usando conhecimento e criatividade, para extrair as formas mais vantajosas de viajar. A brincadeira, aliás, é pura matemática. “Embora tenha formação em Humanas, sempre gostei de matemática na escola”, admite Joyce. “Quando descobri o mundo das milhas, a forma de tirar o melhor disso foi o que me fez me apaixonar”, afirma.

Rafaela Molás, à frente do curso Milhas Sem Segredo, ao lado de Túlio Faria, ressalta que muitos viajantes ainda desconhecem que é possível juntar pontos nesses programas e viajar por outras companhias. “As pessoas acham que, para voar para fora, precisam acumular em programas no exterior”, diz a expert. Dona de um saldo em torno de 5 milhões de milhas atualmente, Rafaela conta que, nos últimos seis meses, resgatou passagens para duas viagens internacionais com o marido, Allan Mendes. “Fomos para a África do Sul de Qatar, na melhor executiva do mundo, por 168 mil ida e volta, via Latam. Foi uma excelente emissão.”

Pontos podem virar passagem, hospedagem, combustível, ingresso de show e até dinheiro.

Desde o início da pandemia, a bancária Lis Guibo fez muitas transferências do programa do cartão de crédito para os de milhagem de companhias aéreas, aproveitando ofertas de pontos extras. Atualmente ela e o marido, Rogerio Sette, se preparam para duas viagens internacionais, ambas com passagens emitidas com milhas, para a Argentina e os Estados Unidos.

Lis viaja usando essa fórmula há anos, mas costumava aumentar seu saldo num ritmo lento. “Eu juntava pontos de colherzinha, só com gastos de cartão. Não sabia de outros jeitos de ganhar milhas.” Disposta a ir mais fundo, ela se inscreveu no curso Milhas para Viajar, de Renata Ribeiro. “Em quatro meses, juntei o que levava um ano”, conta.

Muitos viajantes pagam tudo com cartão de crédito para transformar os gastos em pontos nos programas ligados aos bancos que emitem o cartão. Essa é mesmo a estratégia mais conhecida. Entretanto, não é a única. Para acumular mais milhas em menos tempo, existem diferentes táticas, incluindo compras bonificadas em sites parceiros, principal fonte de acúmulo de milhas para muita gente.

Foi uma das táticas que Daniella Vicuuna, da mentoria Milhas Sem Mistério, usou quando decidiu, em 2019, que iria juntar num ano o tão falado 1 milhão de milhas. “Quase não comprei milhas, só pouquíssimas vezes quando a Smiles fazia promoção. Você transferia com um bônus de 80% e ganhava um voucher para comprar até 20 mil milhas, por R$ 14 para cada 1.000”, diz. “A gente até viaja de graça ou quase de graça, porque tem o custo para gerar milhas, mas é preciso estudo, paciência e persistência para aprender o assunto.”

Produção

Segundo Augusto Muraoka, do curso Milhas Fora da Caixa, os resgates nas companhias no mercado brasileiro de milhas subiram muito de valor. “Em 2013, eu fazia Brasil-estados Unidos-brasil em classe executiva por 75 mil milhas na Smiles, ida e volta, voando Delta. Nove anos depois, sai de 350 mil a 400 mil. Em econômica, uns 150 mil a 200 mil, ida e volta. Antes eram 50 mil”, afirma.

Por isso, constantemente são necessários novos métodos para “fabricar milhas”, como os experts chamam o ato de usar estratégias para subir o saldo. “Uma coisa que ensino é a usar os programas americanos, como o Aadvantage, da American Airlines”, diz Muraoka.

Para juntar pontos você nem precisa ter cartão de crédito, reforça Lucas Estevam, à frente do Viajando com Milhas. “O maior paradigma que a gente quebra no curso é que, para ter 100 mil milhas, você não tem de gastar US$ 100 mil no cartão.” Por exemplo, uma compra de celular por R$ 5 mil pode ser feita via boleto ou Pix. Supondo que renda 50 mil pontos na Livelo, basta aguardar ofertas de 100% a mais para enviar para as aéreas. “Quase todo mês tem transferência bonificada. Você faz 100 mil milhas.”

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