Sábado, 21 de Setembro de 2024

Home Variedades De xenofobia a racismo: modelos são alvos de ataques em concurso de beleza

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Uma brasileira foi coroada Miss Itália nesta quarta-feira, 18, e vai disputar o Miss Universo. Nascida em Feira de Santana–BA, Glelany Cavalcante foi escolhida para representar o país europeu no concurso marcado para ocorrer na Cidade do México. No entanto, ela se tornou alvo de xenofobia após o anúncio de sua vitória.

Comentários preconceituosos questionaram sua italianidade, com um internauta escrevendo: “Fazer uma verdadeira italiana vencer, não é??? Pode esta garota representar a italianidade? Não estou dizendo que ela não é bonita, mas não representa a beleza italiana na minha opinião. E deixo claro que não é racismo, mas objetividade.”

Outro comentário dizia: “Qual é o sentido de não deixar vencer uma verdadeira italiana?” e “Seria o menor problema se ela fosse brasileira, mas ela nem sabe falar italiano, tipo, alguém que diz ‘volio rapresentare l’Italia’, sei lá.”

No Instagram, a modelo não comentou a polêmica, mas agradeceu o apoio recebido durante o concurso: “O último dia de um lindo percurso, uma experiência de vida única. Obrigada a todos pelo apoio e carinho.”

Racismo

Exemplo mais recente de modelo atacada nas redes sociais, Glelany se junta a Milla Vieira, eleita Miss Universe São Paulo, que foi alvo de racismo em comentários nas redes sociais após a divulgação do resultado do concurso de beleza.

Milla foi eleita a Miss Universe São Paulo, a quinta mulher negra do concurso, cujo resultado gerou comentários racistas de alguns usuários à vitória dela. Em nota, a modelo repudiou os ataques.

“Por que tanto incômodo? Por que tanto ódio? Internet não é terra sem leis, e os responsáveis serão, sim, penalizados. Aqui a ‘cultura do hate’ não se perpetuará. Obrigada a todos que estão me apoiando”, agradeceu.

Vale lembrar que em 2011 a angolana Leila Lopes recebeu ofensas racistas após vencer o concurso de Miss Universo realizado em São Paulo. Internautas compararam a ganhadora do título de mais bela do mundo a uma “macaca”. A brasileira Priscila Machado, que ficou em terceiro lugar, também sofreu insultos, sendo chamada de “crocodilo”.

Miss Itália

Em entrevista à revista italiana Uau Magazine, Glelany contou que vive há nove anos na Itália. Ela se mudou para o país depois de terminar um curso técnico de comissária de bordo e receber uma proposta de uma agência de modelos para trabalhar em Milão. Além da cidade, a brasileira também já viveu em Perúgia e Marche.

“Minha carreira de modelo se tornou minha tábua de salvação. Sonhei em fazer carreira artística, mas infelizmente no Brasil ainda é muito difícil viver da arte”, disse ela à revista italiana. Atualmente, Glelany foca em terminar seus estudos de Comunicação Publicitária Internacional na Universidade para Estrangeiros de Perúgia.

“A cultura italiana é extraordinária e, em muitos aspectos, semelhante à nossa. Aqui encontrei o amor, casei e construí uma família”, afirmou ela à Uau Magazine. Glelany também chegou a enfrentar uma depressão à época em que participou do Miss Distrito Federal Universo. Ela conquistou o segundo lugar do concurso.

À revista italiana, ela disse que escolheu disputar a coroa de miss para inspirar mulheres que não se sintam capazes de realizar os seus sonhos. “Posso não ser capaz de salvar o mundo, mas sempre soube que, para fazer algo por mim e pelas pessoas ao meu redor, eu precisava entrar ‘no mundo’”, declarou.

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