Domingo, 05 de Janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 10 de dezembro de 2022
O jogo contra a Croácia foi o último da Seleção Brasileira sob o comando de Tite. Pela segunda vez nas quartas de final de uma Copa, o técnico poderia dar um passo adiante. Desde 20 de junho de 2016, todas as escolhas, todas as ideias de Tite como treinador da Seleção tinham que dar resultado naquele momento. E depois de 116 minutos, um lance comprometeu tudo.
“Primeiro estávamos em uma ação ofensiva, botando volume, tendo um jogador de retenção na frente, e a jogada foi quebrada. Nós conseguimos voltar e fechar a parte central do campo, onde normalmente acontecem os cruzamentos, porque eles estavam com dois atacantes. Mas a bola veio para trás, finaliza, desvia e entra, em uma única finalização”, analisa Tite.
Tite agora faz companhia a Telê Santana no grupo de treinadores da Seleção com duas Copas seguidas e nenhum título.
“Derrota dolorida, porém em paz comigo mesmo. Fim de ciclo”, diz Tite.
Trajetória
Foram 81 jogos, com seis derrotas e 15 empates. A trajetória de Tite na Seleção mostra como os números às vezes não explicam o futebol. Um desses 15 empates foi o jogo contra a Croácia, uma derrota muito doída.
Como pesar na balança os 80% de aproveitamento, número raro para um treinador, diante da tristeza em duas Copas? Neste momento, o próprio Tite não consegue avaliar.
“Não tenho condição de avaliar todo o trabalho realizado. Não tenho essa grandeza, plenitude agora depois de uma eliminação nos pênaltis. Não tenho essa capacidade”, afirma.
Para quem olhasse só para o treinador, nada indicava que esse jogo seria diferente da rotina de vitórias. Os gestos, as palavras, a segurança de sempre, as certezas nas substituições.
No intervalo do tempo normal para a prorrogação, um sinal do momento difícil. Um discurso mais exaltado do que de costume à beira do campo. O que se passou dali em diante não é preciso repetir.
Vieram os pênaltis, e depois da última cobrança mais de seis anos de trabalho chegaram ao fim. Tite cumprimentou Bremer, abraçou Daniel Alves, ficou um tempo ainda na área dos reservas só olhando e foi para o túnel se despedindo da Seleção sem entrar no gramado e consolar os jogadores.
“Eu sou um cara mais reservado. Não é na vitória, não é na derrota. Tu viu eu comemorar outras vezes quando vencemos? Não viu. É um pouco do estilo. Mas seguramente eles sabem o orgulho que tenho do trabalho desenvolvido, do comprometimento, isso pode ter certeza”, afirma.
A despedida do cargo já estava anunciada, mas ela veio nove dias antes do que o Brasil inteiro esperava.
“Entendo absolutamente. Entendo a dor e todas as críticas que possam vir”, diz Tite.
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