Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 30 de março de 2023
Um buraco negro ultramassivo, com mais de 30 bilhões de vezes a massa do nosso Sol, foi descoberto pela primeira vez com uma técnica de lentes gravitacionais. Neste método, uma galáxia em primeiro plano dobra a luz de um objeto mais distante e a amplia.
No caso, a luz dobrada foi a do buraco negro, que é um dos maiores já encontrados. Os especialistas examinaram de perto esse dobramento dentro de uma galáxia a centenas de milhões de anos-luz da Terra. Os resultados foram registrados no dia 29 de março na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
A história da descoberta começou em 2004, quando o astrônomo da Universidade de Durham, na Inglaterra, professor Alastair Edge, notou um arco gigante de uma lente gravitacional ao revisar imagens de um levantamento de galáxias.
Passados 19 anos, James Nightingale, do Departamento de Física da universidade, e sua equipe puderam revisitar isso com a ajuda de algumas imagens de resolução extremamente alta do telescópio Hubble, da Nasa, e das instalações do supercomputador DiRAC COSMA8.
Com as lentes gravitacionais, a equipe simulou a luz viajando pelo universo centenas de milhares de vezes. Cada simulação incluiu um buraco negro de massa diferente, mudando a jornada da luz para a Terra.
Os astrônomos notaram que o caminho percorrido pela luz da galáxia para chegar à Terra correspondia ao trajeto visto em imagens reais capturadas pelo Hubble.
Segundo destaca Nightingale, em comunicado, o buraco negro em particular está no limite superior de tamanho que os cientistas acreditam que tais fenômenos podem alcançar teoricamente.
Ele explica que a maioria dos buracos negros conhecidos “estão em um estado ativo, onde a matéria puxada para perto do buraco negro se aquece e libera energia na forma de luz, raios-X e outras radiações”.
Contudo, as lentes gravitacionais permitem estudar estes fenômenos inativos. “Essa abordagem pode nos permitir detectar muito mais buracos negros além do nosso universo local e revelar como esses objetos exóticos evoluíram no tempo cósmico”, afirma Nightingale.
O estudo, que também inclui o Instituto Max Planck da Alemanha, abre a possibilidade de que os astrônomos possam descobrir buracos negros muito mais inativos e ultramassivos do que se pensava anteriormente e investigar como eles cresceram tanto.
A equipe espera que a descoberta sirva como primeiro passo para uma exploração mais profunda destes fenômenos, e que futuros telescópios de grande escala ajudem os astrônomos a estudar buracos negros ainda mais distantes.
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