Domingo, 22 de Dezembro de 2024

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Hoje é Dia dos Namorados. Flores e presentes farão a festa. Lojas e restaurantes se preparam pras homenagens. Deuses, ninfas, serafins e mortais marcarão presença. Alguns curtirão a data no planeta Terra. Outros assistirão às reverências de longe, lá do Olimpo. Um deles é Cupido, o responsável pelos encontros e desencontros do coração.

O deus do amor

Cupido é um menino que anda sempre armado. Mas tem armas muito especiais. De dia e de noite, segura o arco e a flecha. Em quem ele acerta? Na pessoa distraída.

Ninguém escapa. Ele põe venda nos olhos. Sem enxergar, não escolhe hora nem lugar. Menino, menina, adulto, adulta, idoso, idosa, todos correm perigo. Queiram ou não, podem levar uma flechada.

O resultado é sempre o mesmo. Quem recebe a flechada fica caidinho de amor. Até quando dura a paixão? Eis o mistério. Vinicius, cobra criada, diz que o “o amor é infinito enquanto dura”. Millôr concorda: “Eterno no amor tem o mesmo sentido de permanente no cabelo”. Será?

Origem

Qual a origem do Dia dos Namorados? Márcio Cotrim responde: “A versão mais conhecida originou-se na Roma antiga, no século 3º. Um padre chamado Valentim, desobedecendo às ordens do imperador Cláudio II – que proibira o matrimônio durante as guerras por acreditar que os solteiros eram os melhores combatentes – continuou celebrando casamentos.

Acabou preso e condenado à morte. Considerado mártir pela Igreja Católica, morreu em 14 de fevereiro. No século 17, ingleses e franceses passaram a celebrar o Dia de São Valentim como Dia dos Namorados. Os Estados Unidos foram atrás”. Nós preferimos 12 de junho, véspera do Dia de Santo Antônio, o casamenteiro.

Presentear & cia.

Dia dos Namorados convoca o verbo presentear. Conjugá-lo conforme manda a gramática agrada como tomar café na cama, receber flores, ouvir elogio. Por jogar no time de frear, cear e passear, presentear perde o i no nós e vós dos dois presentes — do indicativo e do subjuntivo.

Veja: eu presenteio (freio, passeio, ceio), ele presenteia (freia, passeia, ceia), nós presenteamos (freamos, passeamos, ceamos), vós presenteais (freais, passeais, ceais), eles presenteiam (freiam, passeiam, ceiam); que eu presenteie (freie, passeie, ceie), ele presenteie (freie, passeie, ceie), nós presenteemos (freemos, passeemos ceemos), vós presenteeis (freeis, passeeis, ceeis), eles presenteiem (freiem, passeiem, ceiem).

Vocabulário amoroso

Os shoppings estão em festa. Os restaurantes sofisticam os cardápios. Elas e eles escolhem o figurino, contratam cabeleireiros, ensaiam gentilezas. Vale tudo no jogo da sedução. Ganham destaque os verbos do vocabulário amoroso.

Trio amoroso

Amar, abraçar e beijar andam juntos. Até a língua conspira a favor da união. O trio é pele na pele. Transitivos diretos, os verbos dispensam a preposição: Paulo ama Maria, Maria ama Paulo. Paulo abraça Maria, Maria abraça Paulo. Paulo beija Maria, Maria beija Paulo.

O amor é cego, mas não surdo. Na substituição do nome pelo pronome, use o átono o ou a. É ele que exerce a função de objeto direto: Paulo ama Maria. (Paulo a ama.) Maria ama Paulo. (Maria o ama.) Paulo abraça Maria. (Paulo a abraça.) Maria abraça Paulo. (Maria o abraça.) Paulo beija Maria. (Paulo a beija.) Maria beija Paulo. (Maria o beija.)

Leitor pergunta

“Repetir de novo” é redundância? – Laura Cristina, Santos.

Depende. Repetir é dizer outra vez. Você repetiu só uma vez? Não use de novo. Mais de uma vez? Ufa! É de novo.

Recado

“Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer.” (Camões)

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Bem-vindo, junho
É festa, senhores
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