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Por Redação Rádio Pampa | 8 de dezembro de 2022
As taxas de diabetes tipo 2 em adolescentes e adultos jovens aumentaram substancialmente em todo o mundo entre 1990 e 2019. A conclusão é de uma análise publicada na revista científica The BMJ, com base em dados de 200 países e regiões. O alto índice de massa corporal é apontado como o principal fator de risco para o desenvolvimento precoce da doença.
O diabetes tipo 2 tradicionalmente se desenvolve em pessoas de meia-idade e idosos e acarreta riscos aumentados de complicações graves, incluindo doenças cardíacas, perda de visão e morte. Dados sugerem que o início precoce do diabetes tipo 2, quando diagnóstico ocorre antes dos 40 anos, está se tornando cada vez mais comum. Mas, até agora, nenhum estudo descreveu especificamente a carga global do diabetes tipo 2 de início precoce, ou as variações entre os sexos e em países com diferentes níveis de desenvolvimento socioeconômico.
Para preencher essas lacunas, os pesquisadores analisaram dados do Global Burden of Disease Study 2019. Os resultados mostram que a taxa de incidência para diabetes tipo 2 em adolescentes e adultos jovens aumentou globalmente de 117 por 100 mil habitantes em 1990 para 183 em 2019. No mesmo período, a taxa de mortes e anos de vida ajustados por incapacidade para essa faixa etária aumentou de 106 para 150 por 100 mil. A taxa de mortalidade por idade aumentou modestamente, saindo de 0,74 para 0,77 por 100 mil.
Países com índice sociodemográfico médio-baixo e médio (uma medida de desenvolvimento social e econômico) foram particularmente afetados. As mulheres com menos de 30 anos também foram mais afetadas do que os homens. Acima dessa faixa etária, as diferenças entre os sexos foram revertidas.
O principal fator de risco para o diabetes tipo 2 de início precoce foi o alto índice de massa corporal (IMC). Isso se repetiu em todas as regiões analisadas. Já a contribuição de outros fatores de risco variou entre as regiões. Por exemplo, em países com alto índice sociodemográfico, os principais foram poluição do ar por partículas e tabagismo. Já nos países com baixo índice sociodemográfico, apareceram a poluição do ar interno pela queima de combustíveis sólidos e uma dieta pobre em frutas.
As limitações do estudo incluem diferenças na definição de diabetes tipo 2 e alta probabilidade de subdiagnóstico em muitos países.
“Nosso estudo mostrou uma clara tendência ascendente do ônus do diabetes tipo 2 de início precoce de 1990 a 2019. Essas descobertas fornecem uma base para entender a natureza epidêmica do diabetes tipo 2 de início precoce e exigem ações urgentes para lidar com o problema de uma perspectiva global”, escreveram os autores.
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