Sexta-feira, 22 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 30 de maio de 2024
Nas últimas décadas, a maneira de se alimentar mudou muito. Não é mais surpreendente ver as pessoas consumindo alimentos ultraprocessados, com altos níveis de açúcar ou frituras. As refeições rápidas se tornaram comuns e as refeições saudáveis muitas vezes são deixadas de lado por falta de tempo. Nesse contexto, muitos problemas de saúde surgem, entre eles a diabetes, doença crônica em que os níveis de glicose no sangue são mais altos que o normal.
A Associação Americana de Diabetes explica que isso ocorre quando a quantidade de insulina – hormônio produzido pelo pâncreas – não é suficiente para processar a glicose – açúcar proveniente dos alimentos que fornece a energia necessária ao organismo – e, portanto, permanece no sangue e pode causar diversas complicações.
Embora a diabetes ainda não tenha cura, os especialistas em saúde insistem na importância de uma alimentação saudável para controlá-la.
Nesse sentido, Julio Bragagnolo, médico e chefe da unidade de Nutrição e Diabetes do Hospital Ramos Mejía, em Buenos Aires, comenta que, ao contrário de anos anteriores, quando os diabéticos eram orientados a seguir uma dieta rigorosa e meticulosa, “hoje a recomendação é que eles tenham uma dieta variada e equilibrada, como uma pessoa saudável”.
Ele afirma que, de modo geral, o ideal é comer alimentos variados e incluir tudo, desde frutas e legumes até grãos integrais, laticínios sem gordura e carnes magras. Bragagnolo também sugere não pular refeições, mas espaçá-las ao longo do dia. O médico também aconselha, na medida do possível, tentar equilibrar as porções e não comer muito de um único alimento.
Nesse sentido, algumas das recomendações da Associação Americana de Diabetes incluem controlar a ingestão de alimentos ricos em carboidratos, pois esse nutriente eleva o nível de glicose no sangue. No entanto, eles esclarecem que não é um imperativo eliminar esses alimentos da dieta diária, mas sim “considerar quanto comer, escolher as melhores opções, conhecer seus limites e manter as porções sob controle”.
O órgão também recomendam reduzir o consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas, colesterol e gorduras trans, pois “esses três tipos de alimentos estão associados ao aumento do nível de colesterol no sangue e ao risco de doenças cardíacas”.
O médico especialista em clínica médica do Hospital de Clínicas José de San Martín, Ramiro Heredia, destaca os alimentos ricos em fibra como os mais adequados para manter estável o nível de glicose no sangue, incluindo grãos integrais, legumes, frutas e verduras, com exceção de melancia e abacaxi, carnes magras e laticínios.
Isso ocorre porque esse macronutriente “retarda a digestão e tende a absorver o açúcar que circula no organismo”, comenta o especialista. Além disso, a Federação Argentina de Diabetes explica que é importante consumir vitaminas, minerais e antioxidantes para proteger o organismo de possíveis complicações do diabetes.
Uma pesquisa do National Institutes of Health, realizada em conjunto com Gertraud Maskarinec, da Universidade do Havaí, descobriu que o risco de desenvolver diabetes é significativamente reduzido com um maior consumo diário de fibra. O estudo foi feito com 75 mil pessoas, que foram monitoradas por 14 anos. Ainda assim, Maskarinec ressalta que, embora a fibra seja um nutriente que oferece proteção para diminuir o risco de diabetes, também é necessário complementá-la com a prática de exercícios físicos.
Fibras
Uma porção de nozes, equivalente a aproximadamente 30 gramas, é uma fonte de ácidos graxos ômega 3 saudáveis, proteínas vegetais, vitaminas do complexo B e fibras naturais; a cada 30 gramas de nozes, há dois gramas de fibra.
Seu consumo tem um efeito protetor na resistência à insulina, melhora o controle glicêmico e o nível de lipídios no sangue das pessoas com diabetes tipo 2, segundo um estudo da Universidade de Toronto.
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