Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024

Home Saúde Dinheiro traz felicidade? Saiba quais os critérios para medir se um país é feliz

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Na próxima quarta-feira (20), o mundo vai descobrir qual foi o país mais feliz do mundo em 2023. O ranking, batizado de World Happiness Report (Relatório Mundial da Felicidade), foi criado pelo sociólogo Luis Gallardo, em 2012. Presidente da Fundação Mundial da Felicidade (World Happiness Foundation), o espanhol é responsável por definir os critérios levados em consideração na hora de analisar quais os lugares mais felizes do globo. O estudo é realizado todos os anos, desde então, e leva em consideração uma série de fatores de 130 nações.

A sabedoria popular costuma dizer que “dinheiro não traz felicidade”. Apesar disso, nas últimas edições, lugares como a Finlândia, onde a população tem uma excelente qualidade de vida, têm liderado a lista. Em entrevista a Forbes Brasil, o estudioso contou que esse não é o único motivo levado em consideração para montar o mapa da felicidade.

“O principal critério que usamos é a avaliação da vida da metodologia Escada de Cantril, em que os entrevistados de 130 nacionalidades diferentes classificam sua vida atual em uma escala de 0 a 10, sendo 10 a melhor vida possível e 0 a pior. Além disso, outros fatores incluem o PIB per capita, a esperança de vida saudável, o apoio social, a liberdade, a generosidade e a ausência de corrupção. Esses critérios são ponderados e combinados para formar uma avaliação abrangente.”

“Pessoalmente, associo que a felicidade de uma nação não depende exclusivamente da renda, embora ela desempenhe um papel importante. Fatores como apoio social, expectativa de vida saudável, liberdade para tomar decisões de vida, generosidade e percepção de corrupção também são cruciais. A combinação de bem-estar econômico, social e político tem um impacto significativo na felicidade.”

Apesar de ser realizado há 12 anos, com os resultados tradicionalmente divulgados no dia 20 de março — data estabelecida pela ONU como o Dia Mundial da Felicidade —, o espanhol chama a atenção para algumas das dificuldades na produção do relatório.

“Um dos maiores desafios é coletar dados comparáveis em diferentes países e culturas. Depois, analisar os diversos fatores que influenciam a felicidade, e entender como eles interagem entre si. Eventos globais, como a pandemia de covid também apresentam desafios adicionais porque afetam os níveis de felicidade e os fatores que a determinam.”

A próxima edição vai continuar refletindo o impacto da pandemia de covid nos níveis de felicidade global, garante Luis Gallardo, “com possíveis mudanças nos fatores”. Além disso, ele destaca que “algumas surpresas podem surgir, especialmente considerando as complexidades e as variáveis em jogo”.

Na última análise, o Brasil caiu 11 posições e migrou do 38º para o 49º lugar. Mesmo com a recente queda de posições, o presidente da fundação vê potencial de melhora para a situação brasileira.

“O Brasil enfrenta desafios como desigualdade econômica, problemas de saúde pública, corrupção e violência. No entanto, também existem oportunidades, como o fortalecimento de redes sociais, investimento em saúde e educação, promoção da igualdade econômica e melhorias na infraestrutura e meio ambiente. O País pode se beneficiar ao abordar esses desafios e aproveitar essas oportunidades para melhorar o bem-estar e a felicidade de sua população.”

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