Segunda-feira, 27 de Janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 25 de janeiro de 2025
Seguindo o padrão de correção de preços ao longo da semana, o dólar fechou em
baixa de 0,13%, aos 5,91 reais, na sexta-feira(24). É o terceiro dia consecutivo
em que a moeda é cotada abaixo dos 6 reais. A acomodação de preços após a
onda de busca por proteção recente levou o dólar a acumular queda de 2,4% na
semana, a maior desde agosto de 2024. No mercado de bolsa, o Ibovespa,
principal índice da B3, fechou perto da estabilidade, em leve queda de 0,03%, aos
122.446 pontos.
No cenário internacional, a percepção de risco por parte dos investidores continua
menor. Durante o dia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou
que sua recente conversa com Xi Jinping, presidente da China, foi amigável e que
ele acredita que será possível chegar a um acordo comercial com a potência
asiática. O aceno de Trump a uma trégua comercial logo no começo do mandato,
após uma corrida eleitoral tomada por discursos duros contra diversos países, é
um sinal verde para investidores desmontarem parte das operações de proteção
em ativos considerados fortes, como o dólar, e aceitar a tomada de risco em países
mais arriscados, como emergentes.
“O mercado parece estar em um momento de ajuste, calibrando discursos e dados
econômicos”, afirma Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio
da The Hill Capital. “No curto prazo, a pressão inflacionária interna e o ambiente
externo ainda indefinido devem manter o Ibovespa sob volatilidade. Contudo, o
alívio do dólar pode ser um ponto positivo para mitigar quedas mais acentuadas.”
Para Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo, havia grande expectativa
dos investidores com a posse de Trump para seu segundo mandato, com anúncio
de medidas prometidas já para os primeiros dias de governo. Elas foram colocadas
na mesa, mas a leitura foi de que, apesar de aumento de tarifas, principalmente
contra o México, o Canadá e a China, o objetivo é diferente do primeiro mandato.
“Esses aumentos estão sendo colocados como ferramenta de negociação, e não de
instrumento de guerra comercial aberta como foi no primeiro mandato”, afirma
ele. “Isso está aliviando a percepção de risco. É uma vitória da ala mais moderada
da equipe econômica.”
No mercado nacional, a bolsa reage à divulgação do Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), que funciona como “prévia” do indicador
oficial da inflação no Brasil. “O resultado do IPCA-15 pressionou a curva de juros e
gerou uma pressão baixista na bolsa”, afirma Luiz Felipe Bazzo, diretor do
transferbank. O dado de janeiro mostrou inflação de 0,11%, acima do previsto
pelos analistas. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), o setor de alimentação e bebidas foi o maior responsável pela inflação de
janeiro, com alta de 1,06%.
Apesar da dinâmica da inflação, que segue preocupando o mercado, o “efeito
Trump” contribuiu para o alívio na pressão vendedora na bolsa, com espaço para
alta do Ibovespa. “A retórica de Trump tem sido mais branda e ajudou a ter uma
descompressão geral do risco”, afirma Bruno Benassi, analista de Ativoe da Monte
Bravo. “Esse cenário ajuda a dinâmica de outros mercados, mesmo em um dia em
que o IPCA-15 foi ruim, indicando que as pressões inflacionárias devem continuar
e levar o Banco Central a chancelar as duas altas de 100 pontos (1 ponto
percentual nas próximas reuniões).”As informações são da Revista Veja.
No Ar: Pampa Na Madrugada